As manifestações, convocadas sob o slogan "Bloquear tudo", devem reunir cerca de 100 mil pessoas, segundo estimativas da inteligência interna divulgadas na semana passada pela emissora BFMTV.
"Estamos mobilizando forças enormes com 80 mil pessoas", disse Retailleau em entrevista ao canal France 2.
De acordo com o ministro, os protestos "nada têm a ver com uma manifestação de consciência cívica", já que a iniciativa teria sido apropriada por forças da esquerda "extremamente violentas", transformando o movimento em um ato de radicalização social.
Retailleau também acusou Jean-Luc Mélenchon, líder do partido de esquerda França Insubmissa (LFI), de incitar a participação nos atos contra o governo.
Crise se intensifica no governo Macron
Mais cedo, o primeiro-ministro francês François Bayrou foi deposto de seu cargo, menos de nove meses após assumir, ao fracassar em uma votação de confiança na Assembleia Nacional. Ao todo, foram 364 votos favoráveis e outros 194 contrários.
O próprio político convocou o voto de confiança como uma forma de forçar a aprovação de seus cortes orçamentários. Ele classificou o movimento como um "teste da verdade".
De acordo com a mídia francesa, é a primeira vez na história do país que um premiê é deposto por um voto de confiança, e não de desconfiança.
Com uma dívida de 114% do PIB, a França tem passado por uma crise governamental nos últimos meses após o presidente Emmanuel Macron convocar eleições antecipadas em junho de 2024, ocasião em que seu partido ficou em terceiro lugar nas eleições parlamentares europeias.