A troca de mensagens sugere que parte do apoio prometido pode estar surtindo efeitos contraproducentes e foi revelada pela agência Associated Press (AP).
Durante a Assembleia Geral da ONU, um cinegrafista capturou Bessent lendo um texto alarmante enviado por "BR" – identificada como Brooke Rollins, a secretária de Agricultura dos Estados Unidos.
A mensagem indicava que, após acordo com os EUA, a Argentina havia fechado um acordo comercial vendendo soja à China – ação que entra em conflito com exigências de restrições comerciais previstas no pacto de auxílio.
Rollins expressou indignação porque os EUA, ao concederem o apoio, teriam condicionado a Argentina a desfazer vínculos comerciais com Pequim — o que, no entendimento dela, foi violado. Segundo o DailyMail, o vazamento deixou exposta a crítica interna ao plano de assistência.
Plano de ajuda aos argentinos
O governo norte-americano, por meio de Bessent, vem negociando uma linha de swap cambial de US$ 20 bilhões (R$ 106,4 bilhões) com o Banco Central argentino, além de considerar a compra de títulos públicos argentinos e o uso do fundo de estabilização cambial.
A meta é conter especulações que desestabilizem os mercados da Argentina e reforçar confiança no governo do presidente argentino Javier Milei, aliado político dos EUA.
Embora o presidente Donald Trump tenha afirmado recentemente não acreditar que a Argentina "precisa" de um resgate, ele também declarou que os EUA "ajudarão" o país.
O vazamento de mensagem provocou desconforto político dentro dos EUA. A senadora Elizabeth Warren pressionou Bessent a explicar os critérios por trás do resgate e a relação política entre Trump e Milei, argumentando que recursos públicos estariam sendo usados para elevar a estabilidade de um governo aliado às custas de norte-americanos comuns.