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'Ordem internacional já não existe como a conhecíamos', diz Celso Amorim

O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira (29) que o mundo atravessa uma fase de "desordem global" marcada pelo enfraquecimento das instituições multilaterais e pelo uso crescente da economia como arma política.
Sputnik
As declarações foram feitas no evento USP Pensa Brasil 2025, em São Paulo (SP), quando Amorim refletiu sobre os desafios geopolíticos atuais e o papel do Brasil na mediação de conflitos.

"Essa não era uma guerra que ameaçasse o risco de que a humanidade viesse a se destruir. No caso atual, rivalidades de longa data se intensificam, alimentadas por fatores ideológicos, culturais e religiosos", disse Amorim.

As normas do comércio multilateral estão sendo ignoradas, acrescentou, e "a coerção econômica tem sido empregada abertamente como ferramenta de pressão política".
Amorim também criticou a atuação das instituições financeiras internacionais, que, segundo afirmou, "são cada vez mais dirigidas por objetivos políticos".
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"A ordem internacional, tal como a conhecíamos, já não existe e ainda não sabemos a que dará lugar. Diante dessa desordem global, cresce o mal-estar, o sentimento de que o mundo está mudando e não necessariamente para melhor. Como diria Caetano Veloso, experimentamos a sensação de que alguma coisa está fora do ar."

Amorim ressaltou que, nesse contexto, o Brasil mantém diálogo com países estratégicos para buscar soluções, citando a China como um ator central.
"Naquela época, só a China teria capacidade de ter uma influência real na Rússia. A questão é se ela queria ou não exercer essa possibilidade. Hoje você pode adivinhar que os Estados Unidos têm essa capacidade também. Por outras razões, não necessariamente as melhores, mas têm essa capacidade."
O assessor lembrou que, em maio de 2024, esteve em Pequim para um encontro com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Wen, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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