O anúncio foi feito durante a sessão do Conselho Universitário da instituição e a universidade israelense já foi informada sobre o cancelamento:
"A Unicamp já se posicionou contra essa situação em duas oportunidades e reafirma o seu posicionamento contrário ao genocídio da população palestina, que fere todos os princípios e valores de nossa universidade", disse ele no despacho.
De acordo com o documento, a Universidade vinha "acompanhando com preocupação a escalada das ações do governo israelense contra o povo palestino" e a "situação se deteriorou de tal forma que as violações aos direitos humanos e à dignidade da população palestina se transformaram em uma constante inaceitável".
Assinado em setembro de 2023, o convênio incluía projetos de pesquisa em comum, intercâmbio de docentes, pesquisadores e estudantes de pós-graduação e graduação.
De acordo com o reitor, a decisão de rompimento reforça um posicionamento do governo brasileiro – que condena as ações israelenses na região – e de várias instituições de ensino superior do mundo que também se mostraram contrárias ao conflito.
Durante todo o dia, estudantes acamparam nas imediações da reitoria à espera da votação de uma moção que pedia o fim do acordo de colaboração com o instituto israelense. A moção não chegou a ser votada por conta do anúncio de rompimento feito pelo reitor.
Plano de paz de Trump
O rompimento do acordo foi feito um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, divulgar um plano de 20 pontos para resolver a guerra em Gaza. A proposta prevê cessar-fogo imediato, condicionado à liberação dos reféns dentro de 72 horas.
O plano também estipula que o movimento palestino Hamas e outros grupos devem concordar em não participar da administração de Gaza, nem direta nem indiretamente.
O controle de Gaza deve passar para autoridades externas sob a supervisão de um órgão internacional liderado pelo próprio Trump.