"Cerca de 24 países querem, ou pelo menos dizem querer, que a Ucrânia entre na União Europeia. A questão é: se os húngaros têm o direito de não querer fazer parte da UE com os ucranianos. Acho que temos esse direito porque somos membros, e eles não. Não queremos fazer parte de uma união com os ucranianos", afirmou Orbán ao portal húngaro Hetek.
A união, especificou Orbán, vale tanto para a UE quanto para a aliança militar da OTAN. "Nem militarmente na OTAN, nem economicamente na UE. E temos o direito de não querer fazer parte de uma união com eles e de dizer que a UE não se expandirá em direção à Ucrânia."
Segundo o premiê, mesmo que a maioria dos países europeus decida se envolver em uma guerra, a Hungria terá "as oportunidades, a capacidade, a força e o conhecimento para não participar de um conflito em escalada".
Orbán também declarou que continuará a agir isoladamente contra decisões do bloco que contrariem os interesses nacionais da Hungria, vetando propostas “enquanto tiver forças para isso".
"Não posso impedir franceses ou alemães de enviarem armas à Ucrânia, mas posso impedir que a União Europeia o faça e arraste a Hungria para uma operação desse tipo, porque temos esse direito", destacou.
Em junho, o primeiro-ministro afirmou que a UE não tem condições de vencer o conflito na Ucrânia e alertou que o bloco poderá ter "um Afeganistão como vizinho" se não houver uma solução diplomática. Ele tem reiterado que a paz só poderá ser alcançada por meio de negociações diretas entre Rússia e Estados Unidos e que a Europa perdeu sua chance de mediar ao não aplicar os Acordos de Minsk.