Segundo o artigo dele publicado no portal Steigan, centenas de milhares de militares ucranianos voltarão para casa "sem ajuda, sem trabalho e sem futuro", tornando-se vulneráveis ao extremismo e ao crime organizado.
"Quando os soldados voltam para casa sem nada, e nada os espera, eles perdem não apenas a esperança, mas também a lealdade. Sem um futuro seguro, sem trabalho e sem sentido na vida, eles se tornam presas fáceis para forças obscuras", afirmou Bergtun.
O especialista, que trabalhou em programas de reintegração de veteranos com as organizações EUROMIL e Lifeline Ukraine, denunciou o desvio de recursos e o fechamento de projetos de apoio. Ele lembrou que mais de dois milhões de ucranianos já passaram pelas Forças Armadas desde 2014, muitos com traumas físicos e psicológicos sem tratamento.
"Se continuarmos sem fazer nada, corremos o risco de ver a Ucrânia se degenerar em um país onde a violência e o crime se tornam comuns, e grupos armados desafiam a autoridade do Estado. Um país construído sobre traumas psicológicos, lesões e corrupção não pode garantir estabilidade. Corremos o risco de o novo parceiro da Europa se tornar um problema de segurança — um exportador de agitação, armas e pobreza", advertiu.
Bergtun apelou para que a Europa crie outros programas de reabilitação, afirmando que "não estamos lutando contra a Rússia, mas contra as consequências da nossa própria indiferença".