Panorama internacional

Lula não tem interesse em relação com Trump, 'só quer que ele não importune', avalia especialista

Analista destrincha encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio em Washington, em um momento que Brasil e Estados Unidos diminuem as tensões que escalaram ao longo dos últimos meses com tarifaço, sanções e falas provocativas.
Sputnik
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, encontrou nesta quinta-feira (16) o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington. Na pauta, as relações entre Brasília e Washington, com foco nas questões comerciais que permeiam o noticiário nos últimos meses.
Em um breve comunicado, Vieira classificou a reunião como "ótima", disse que a conversa foi "produtiva", "construtiva" e "prática", revelando que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump devem se encontrar em breve, sem estipular data para o compromisso.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o jurista e analista geopolítico Hugo Albuquerque avalia que Lula não pretende construir relações profundas com Trump, sendo importante para o petista apenas que o republicano não o "importune".

"O Lula não tem nenhum interesse em relação ao Trump, ele não quer que o Trump o importune. É isso, não quer um jogo aqui; só esse zero a zero para o Lula interessa, porque ele é o presidente. No plano eleitoral, a extrema-direita fica desarticulada para a eleição do ano que vem."

Albuquerque acredita que um futuro encontro entre os presidentes deve acontecer em território neutro, evitando que Lula se exponha a episódios como o ocorrido com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, na Casa Branca, no início deste ano.

"Acho que é provável que Lula e Trump se encontrem, talvez, em um lugar neutro, e à medida que a relação avance. Acho que o presidente Lula não é um amador, ele é um político muito experimentado e ele vai se encontrar em uma condição outra."

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Embora ainda não seja possível saber se o tarifaço será plenamente retirado ou se novos itens entrarão na lista de exceções da taxação de Trump, o analista geopolítico imagina que sanções, como a Lei Magnitsky, devem ser plenamente removidas, uma vez que esta é "muito violenta e ao mesmo tempo ineficaz".
Para Albuquerque, essa aproximação norte-americana acontece por um simples motivo: o aumento dos preços nos mercados do país. A mudança diplomática da Casa Branca diante do Palácio do Planalto, portanto, é uma resposta pragmática.

As sanções geraram um impacto inflacionário dentro da economia americana, geraram um mal-estar, não dobraram o Brasil, muito pelo contrário, e tiveram um impacto econômico lá, não aqui. O Brasil, inclusive, conseguiu expandir os seus mercados graças a essa sanção americana."

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