Milhares de manifestantes de todas as idades tomaram as ruas dos Estados Unidos no sábado (18) durante os protestos No Kings, organizados para denunciar o que consideram tendências autoritárias e corruptas do presidente Donald Trump. O movimento, de caráter nacional, reuniu cidadãos em mais de 2.600 locais, incluindo grandes centros urbanos, subúrbios e pequenas cidades.
Os organizadores estimaram a participação de milhões de pessoas ao longo do dia, em resposta à rápida reconfiguração do governo por Trump desde janeiro, marcada por ações que, segundo os críticos, subvertem normas democráticas. De acordo com a Reuters, as manifestações ocorreram de forma pacífica e festiva, com fantasias, personagens infláveis e ampla diversidade entre os participantes.
Em Nova York, mais de 100 mil pessoas se reuniram na Times Square sem registros de prisões, segundo a polícia. Cidades como Boston, Filadélfia, Atlanta, Denver, Chicago, Seattle e Los Angeles também registraram grandes concentrações. Em San Diego, mais de 25 mil pessoas protestaram pacificamente, e em Seattle, a marcha percorreu mais de 1,6 km em torno do Space Needle.
Os protestos expressaram o crescente desconforto de parte da população diante de medidas como o uso da Guarda Nacional em cidades, repressão de imigrantes e processos contra opositores políticos. As críticas também se voltaram à nomeação de aliados inexperientes e à pressão sobre instituições como a mídia e as universidades.
Em Washington, D.C., os manifestantes marcharam até o Capitólio em clima de Carnaval, com cartazes e bandeiras. Segundo a apuração da mídia britânica, Aliston Elliot, trajado como a Estátua da Liberdade, declarou estar ali para defender a democracia e se opor à concentração de poder. A polícia manteve uma postura discreta durante os atos.
Em Houston, cerca de 5.000 pessoas se reuniram na prefeitura. Entre elas, o veterano da Marinha Daniel Aboyte Gamez, de 30 anos, que expressou perplexidade com os rumos do país, segundo a apuração. Tendo servido no Iraque, Afeganistão e Síria, Gamez afirmou não compreender o cenário político atual, reforçando o tom de inquietação que permeou os protestos.