Lan sublinhou que a transição do conceito de "ataque instantâneo" para "penetração retardada" é uma revolução tecnológica.
"O tempo de voo pode variar de alguns dias a dezenas de dias e, teoricamente, o míssil pode permanecer no ar por mais de um mês, criando uma 'máquina de movimento perpétuo' no ar", ressaltou.
Conforme especificou o analista, ao usar um motor ramjet com uma instalação de energia nuclear, o ar entra pela tomada de ar e passa pelo reator nuclear, onde é aquecido.
Dessa forma, continuou, o fluxo de ar em alta temperatura e alta pressão é expelido pelo bocal, gerando empuxo.
Além disso, apontou o interlocutor da Sputnik, a recusa da penetração rápida e reta em favor da penetração curva e contornante é uma abordagem estratégica inovadora.
Segundo ele, o míssil desse tipo penetra lentamente nas brechas dos sistemas de defesa antimísseis, priorizando estabilidade sobre velocidade para aumentar a probabilidade de sucesso.
Comparado aos meios tradicionais de dissuasão nuclear, o Burevestnik é mais furtivo e manobrável do que submarinos nucleares, podendo contornar o globo em um dia, dificultando sua detecção.
Então, em situações tensas, esses mísseis podem ser lançados antecipadamente para permanecer suspensos no ar sobre áreas desabitadas, representando um desafio significativo para a defesa antimísseis e criando uma "dissuasão nuclear invisível".
"Os sistemas de defesa antimísseis com penetração linear têm dificuldades para lidar com ataques multidirecionais de trajetória não fixa, exigindo vigilância de toda a área, o que aumenta significativamente os custos de defesa e a complexidade do sistema", finalizou.
Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin, informou que os testes do míssil de cruzeiro de alcance ilimitado Burevestnik com instalação de energia nuclear foram concluídos.
O míssil de cruzeiro com motor nuclear Burevestnik demonstrou altas capacidades para contornar sistemas de defesa antimísseis e antiaéreos, informou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia Valery Gerasimov ao presidente da Rússia. Ele destacou que o míssil de cruzeiro realizou um voo de teste de 14 mil quilômetros, e esse não é o limite.
Vale ressaltar que a chancelaria chinesa declarou que Pequim prestou sua atenção aos relatos sobre os testes do Burevestnik realizados pela Rússia.