As pinturas, que datam de quase três mil anos, retratam divindades, animais e cenas rituais, revelando um lado artístico e espiritual da antiga civilização de Urartu até então desconhecido.
A escavação, liderada pelo professor Mehmet Isikli, da Universidade Ataturk (Erzurum, Turquia), começou após a interrupção de uma escavação ilegal em 2022.
"Esta é uma descoberta que redefine o que sabemos sobre a arte e a arquitetura urartiana. Estamos no que pode ter sido uma câmara sagrada ou real – suas paredes repletas de cores e figuras que não eram vistas há quase três mil anos", afirmou o arqueólogo.
As câmaras interligadas e os longos corredores indicam que o local teria servido como centro cerimonial de grande importância.
Dentro dos túneis, os especialistas identificaram três faixas horizontais de pinturas — representando figuras divinas, humanas e animais — feitas com pigmentos naturais em tijolos de barro.
Segundo Isikli, o arranjo simbólico das imagens pode refletir uma visão de mundo tripartida, com referências aos reinos celeste, terrestre e animal.
"O que vemos aqui não é apenas decoração. É um espaço narrativo cuidadosamente planejado — um espaço que conecta o divino e o humano por meio da arte e da arquitetura", explicou o pesquisador.
Para preservar as pinturas, o local foi reforçado com suportes de ferro e sensores de umidade, enquanto uma estrutura protetora será erguida sobre o monte. Apesar das precauções, o arqueólogo destaca que o verdadeiro valor está na revelação histórica e estética do achado.