Panorama internacional

Nova liderança do Japão segue o curso da militarização, afirma analista

O Japão não abandonará os "princípios não nucleares" em um futuro próximo, mas o fato de discutir o abandono deles já é sem precedentes e reflete a posição moderna de Tóquio de aumentar o potencial militar, disse à Sputnik Valery Kistanov, membro da Academia de Ciências da Rússia (RAN, na sigla em russo).
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Kistanov apontou que a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sendo nacionalista e tendo visão política de direita, vê ameaças ao país por parte da China, da Coreia do Norte e até da Rússia.

"Este é um passo sem precedentes, porque o Japão, ao longo do período pós-guerra, se posicionou como um país que recusa a guerra como meio de resolver disputas e conflitos internacionais. Mas, nos últimos anos, a situação está mudando, Tóquio está abandonando esses princípios, começando a diluí-los", ressaltou.

No entanto, o especialista sublinhou que é improvável que no futuro próximo o Japão realmente reconsidere esses princípios, pois isso causará um agravamento muito sério das relações com os países vizinhos.
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Ao mesmo tempo, continuou, esse passo não seria bem visto nem mesmo por Washington, porque isso significaria que Tóquio estaria saindo do "guarda-chuva nuclear" norte-americano e da influência dos Estados Unidos.

"Porém, essa discussão é um balão de ensaio que, entre outras coisas, reflete a posição da Tóquio moderna sobre a necessidade de uma política mais dura e pronunciada para defender seus interesses e aumentar o potencial militar", finalizou.

Anteriormente, a mídia japonesa informou que a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, começou a considerar a possibilidade de iniciar uma discussão interna no partido governista sobre a revisão dos chamados três princípios antinucleares, em conexão com a próxima atualização dos documentos estratégicos de segurança nacional.
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