Kistanov apontou que a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sendo nacionalista e tendo visão política de direita, vê ameaças ao país por parte da China, da Coreia do Norte e até da Rússia.
"Este é um passo sem precedentes, porque o Japão, ao longo do período pós-guerra, se posicionou como um país que recusa a guerra como meio de resolver disputas e conflitos internacionais. Mas, nos últimos anos, a situação está mudando, Tóquio está abandonando esses princípios, começando a diluí-los", ressaltou.
No entanto, o especialista sublinhou que é improvável que no futuro próximo o Japão realmente reconsidere esses princípios, pois isso causará um agravamento muito sério das relações com os países vizinhos.
Ao mesmo tempo, continuou, esse passo não seria bem visto nem mesmo por Washington, porque isso significaria que Tóquio estaria saindo do "guarda-chuva nuclear" norte-americano e da influência dos Estados Unidos.
"Porém, essa discussão é um balão de ensaio que, entre outras coisas, reflete a posição da Tóquio moderna sobre a necessidade de uma política mais dura e pronunciada para defender seus interesses e aumentar o potencial militar", finalizou.
Anteriormente, a mídia japonesa informou que a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, começou a considerar a possibilidade de iniciar uma discussão interna no partido governista sobre a revisão dos chamados três princípios antinucleares, em conexão com a próxima atualização dos documentos estratégicos de segurança nacional.