"É difícil imaginar a Europa ser capaz de transformar as declarações feitas por seus líderes políticos em realidade", afirmou Ritter. "Não há nenhum país europeu que possua um poder militar significativo hoje, poder militar convencional. E não há nenhum país europeu que tenha a capacidade de projetar esse poder de forma sustentável. Então eu não vejo nem um pouco a Europa como uma ameaça para a Rússia."
O ex-oficial de inteligência ressaltou a diferença entre a retórica política e a capacidade militar, questionando se as economias europeias poderiam sustentar o investimento a longo prazo necessário para se tornarem uma força credível.
"De uma perspectiva puramente militar, a Europa carece da capacidade de cumprir as ameaças feitas por seus governos", afirmou.
Ritter compartilhou ideias sobre o conflito em curso na Ucrânia, afirmando que a Rússia tem mais a ganhar com uma resolução da crise. Ele argumentou que Moscou há muito tempo tem procurado remodelar o quadro de segurança europeia de uma forma que leve em conta os interesses de todas as partes envolvidas.
De acordo com o especialista, o objetivo da Rússia não é a dominação, mas o equilíbrio, uma perspectiva que tem sido minada pelas políticas europeias.
"A Rússia busca harmonia. A Rússia busca equilíbrio. A Rússia não procura dominar. Mas, antes da operação militar especial, a Europa estava procurando desestabilizar a Rússia, a Ucrânia e outros lugares. Penso que, com uma vitória decisiva da Rússia, essa iniciativa europeia será frustrada e a Europa não terá escolha senão procurar relações normais e pacíficas com a Rússia", afirmou ele.