Ao ser questionada sobre o plano de Washington de vender caças F-35 para a Arábia Saudita, uma porta-voz do governo de Israel afirmou nesta quinta-feira (20) que o país espera manter o acesso a armamentos norte-americanos mais avançados, informou a Reuters.
O caça de quinta geração é um dos mais avançado da indústria militar dos Estados Unidos e, apesar de vários países já operarem o F-35, no Oriente Médio Israel é a única nação a tê-lo em sua Força Aérea.
Nesta semana o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que permitirá a venda de unidades do caça à Riad durante uma visita do príncipe herdeiro, Mohamad bin-Salman, à Casa Branca. Com isso, a Arábia Saudita se junta aos Emirados Árabes Unidos e ao Catar como nações árabes que possuem encomendas de unidades do caça da Lockheed Martin.
Há um porém: a legislação americana garante a Israel uma "vantagem militar qualitativa" na região.
"Os Estados Unidos e Israel têm um entendimento de longa data, segundo o qual Israel mantém a vantagem qualitativa em termos de defesa", disse a porta-voz Shosh Bedrosian a jornalistas. "Isso foi verdade ontem, é verdade hoje, e o primeiro-ministro [Benjamin Netanyahu] acredita que continuará sendo verdade amanhã e no futuro."
Autoridades americanas afirmaram que os caças sauditas não terão as características superiores encontradas nos caças F-35 israelenses, que incluem sistemas de armas avançados e equipamentos de guerra eletrônica.
As declarações da porta-voz foram o primeiro pronunciamento oficial do governo israelense sobre a venda para a Arábia Saudita, anunciada no início desta semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A Arábia Saudita não reconhece oficialmente o Estado de Israel. Durante sua visita à Washington, Mohammed bin Salman afirmou que o reino de Saud deseja laços oficiais com Israel, mas que isso depende da resolução da questão palestina, com uma formulação clara de um caminho para a Solução de Dois Estados.