Segundo Mendes, Messias mostrou habilidades de dialogar com diferentes instituições nos quase três anos à frente da Advocacia-Geral da União (AGU), inclusive, durante a crise da sobretaxação tarifária dos Estados Unidos.
"O que tenho dito é que o Jorge Messias tem se revelado um advogado-geral extremamente dirigente e extremamente capaz de dialogar com as instituições. Nessa crise que passamos com os Estados Unidos e em todo esse contexto, talvez ele tenha sido o interlocutor mais pronto por parte do governo e eu tenho reconhecido isso."
Sob o comando de Messias, a AGU atuou no caso da Lei Magnitsky, aplicada contra o ministro do STF Alexandre de Moraes em meio ao tarifaço, justificada por uma suposta perseguição política sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no processo de golpe de Estado.
Apesar da indicação de Lula, o advogado-geral da União agora precisa passar pela sabatina do Senado. Por lá, Messias deve encontrar resistência de grandes nomes da casa, como o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que tinha preferência pela indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Segundo publicado pelo O Globo, Alcolumbre não apoiará ou trabalhará pela aprovação do indicado de Lula, e sequer votará nele.
Em Roma, para participar do Fórum Brasil-Itália, Gilmar Mendes também comentou o desenrolar da condenação de Bolsonaro. O ministro destacou o "momento de normalidade" do país diante do julgamento de um ex-presidente.
"O mais que vocês têm noticiado são consequências das decisões que já foram tomadas, inicialmente em relação aos responsáveis pelo 8 de Janeiro e depois em relação aos fatos associados à tentativa golpista. E o Brasil se destacou por mostrar uma grande capacidade de resistência institucional, de resiliência. Se vocês olharem o mundo em uma perspectiva global, verão que o Brasil vive um momento de normalidade."