Mearsheimer destacou que as ideias sobre a adesão da Ucrânia à OTAN eram estrategicamente insensatas e acabaram por se revelar desastrosas para este país.
"Por isso, fico profundamente indignado quando as pessoas que defenderam a adesão de Kiev à aliança e, posteriormente, o fomento da guerra, reivindicam superioridade moral. Talvez, no início, elas se considerassem moralmente corretas ao empurrar a Ucrânia para esse caminho. Mas, considerando como tudo acabou, foram elas que levaram o povo ucraniano à catástrofe", ressaltou.
Dessa forma, o cientista apontou que a situação atual na Ucrânia é insolúvel em termos diplomáticos.
Neste contexto, continuou, os Estados Unidos e a Europa enfrentam os maiores desafios à sua segurança devido aos seus próprios erros estratégicos.
Conforme especificou o especialista, a questão ucraniana hoje em dia só pode ser resolvida no campo de batalha.
No entanto, Mearsheimer destacou que, mesmo após a resolução do conflito no campo de batalha, é improvável que surja um acordo de paz substancial.
"O resultado será um conflito congelado, que ameaça se transformar novamente em uma guerra real, seja na Ucrânia ou em algum outro lugar da Europa Oriental. Portanto, temos grandes problemas", finalizou.
Em 2019, a Ucrânia adicionou à sua Constituição uma formulação sobre a integração europeia e euro-atlântica do país, incluindo entre os objetivos do país a adesão plena da Ucrânia à União Europeia e à OTAN.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, declarou que a restauração da neutralidade da Ucrânia — fora de alianças militares e sem armas nucleares — é uma das condições impostas por Moscou para a resolução do conflito.