Segundo ele, a flexibilidade do grupo tem sido decisiva em um cenário de crescente fragmentação econômica.
"A cooperação entre os países do BRICS se desenvolve hoje em meio a mudanças de grande escala na economia mundial, e é justamente essa flexibilidade que se torna a principal vantagem do bloco diante da fragmentação crescente das conexões globais", afirmou.
Leer destacou ainda que o processo de expansão do grupo, somado ao papel crescente da Índia e da China, está redesenhando a geografia do comércio internacional.
"A ampliação do número de membros, o fortalecimento da Índia e da China, a adesão de novos participantes e o interesse crescente das economias emergentes estão moldando uma nova geografia de interação, na qual ganham peso centros alternativos de crescimento", disse.
O especialista acrescentou ainda que assim o formato se torna um dos poucos que não apenas manteve, mas também fortaleceu sua coesão durante esse período de turbulência.
Um dos temas mais discutidos atualmente, segundo Leer, é o avanço rumo a instrumentos financeiros mais autônomos. Ele observou que os países do bloco têm ampliado o uso de moedas nacionais, intensificado a cooperação em soluções digitais e desenvolvido rotas financeiras independentes.
Leer ressaltou ainda que os membros do BRICS também estão acelerando investimentos em infraestrutura logística e de transporte.
"Portos estão sendo ampliados, rotas terrestres modernizadas e novos corredores construídos para conectar Ásia, África, Oriente Médio e América do Sul", destacou.
Para ele, essa base estrutural deve impulsionar o comércio, fortalecer cadeias de cooperação e aumentar a previsibilidade no fluxo de mercadorias.
Anteriormente, o Canal de Suez anunciou estar pronto para cobrar pedágio de navios mercantes em moedas nacionais dos países do BRICS. A medida, segundo Osama Rabieh, chefe da administração do canal, depende apenas da aprovação do Banco Central do Egito.