Segundo publicado pelo portal UOL na coluna da jornalista Letícia Casado, um parlamentar bolsonarista afirmou que Michelle "se precipitou" e tentou "ser purista e fechar parceria por ideologia". Na visão da fonte, a inexperiência política da ex-primeira-dama fez com que ela fizesse tal comentário durante o evento.
"Ela quer coalizão bolsonarista de direita sem compor com centrão. Só que há uma série de acordos previamente acertados pelo próprio Bolsonaro."
O comentário de Michelle foi feito durante o lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) ao governo do Ceará. Na visão da ex-primeira-dama, a articulação entre a sigla e Ciro foi feita de forma "apressada".
A reação veio após a leitura, por um aliado no palco, de uma notícia segundo a qual Ciro teria se declarado "orgulhoso" de ter redigido a ação que levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a tornar Bolsonaro inelegível em 2023. Michelle, então, criticou diretamente a direção estadual do PL.
"Tenho orgulho de vocês, mas não dá para fazer aliança com alguém que é contra o maior líder da direita. Vamos trabalhar para eleger o Girão. Vocês se precipitaram nessa aliança", disse.
O presidente estadual do PL, o deputado federal André Fernandes, rebateu as críticas. Ele afirmou que o movimento de aproximação com Ciro foi discutido com Jair Bolsonaro antes de sua prisão, e que a estratégia também teria o respaldo do presidente nacional do partido.
Ciro Gomes, que recentemente deixou o PDT e se filiou ao PSDB, vem sendo cotado como possível candidato ao governo do Ceará para enfrentar o atual governador Elmano de Freitas (PT), que deve disputar a reeleição.
Apesar das tensões internas, Michelle foi tratada como presidenciável durante o evento em Fortaleza. Em seu discurso, o ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo-PR) usou o termo tanto para se referir a ela quanto ao governador mineiro Romeu Zema, também cogitado para 2026.