Niterói é exemplo em segurança pública para outros municípios da América Latina, diz prefeito

Niterói é palco, entre esta quarta (3) e sexta-feira (5), da 30ª Cúpula do Mercocidades. Presidente rotativa do grupo, a cidade fluminense trará como um dos principais temas a segurança pública, afirmou o prefeito Rodrigo Neves.

Neves tratou a segurança pública como "a mãe de todas as políticas" e pontuou que, sem ela, "a gente não tem o direito à cidade garantido, o direito de ir e vir e o direito de o cidadão se apropriar do espaço público".

Como bem recordou o prefeito, dos dez países mais violentos — ou seja, com a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes no mundo —, nove estão na América Latina, o que torna o tema ainda mais urgente na rede, que conta com mais de 400 cidades.

Em sua visão, a cidade hoje apresenta ótimos números, a partir de suas políticas públicas. Em especial, Rodrigo Neves destaca um programa municipal iniciado há dez anos, o Pacto Niterói contra a Violência. Continuado por diferentes gestões, hoje é possível colher os frutos: uma redução de 80% no índice de criminalidade.

"A redução de roubos de rua, roubos de veículos, a redução de homicídios em mais de 80%. Isso é muito importante, sobretudo pelo contexto do Rio de Janeiro e do Brasil."

Segundo o prefeito, o cerne do programa está nas políticas públicas voltadas à juventude, que "disputam" o jovem com o crime organizado através de programas educacionais, esportivos e culturais.

"Não há contradição entre sermos implacáveis, firmes no combate ao crime e, ao mesmo tempo, estruturarmos de maneira coordenada e continuada ações de curto, médio e longo prazo de prevenção à violência urbana, para disputar jovem a jovem com o crime, sobretudo pelo caminho da educação, do ensino técnico profissionalizante, da cultura e do esporte."

Para além da segurança pública, diz Neves, Niterói tem expertise em outras áreas, como saúde e enfrentamento climático, que pode compartilhar com municípios da América Latina. "As mudanças climáticas atingem a todos, mas especialmente as classes trabalhadoras, a população mais pobre", diz à reportagem.

"É preciso que as cidades desenvolvam planos de gestão urbana, de desenvolvimento urbano; que priorizem a habitação urbana e a vida urbana, a formação de interesse social; priorizem a infraestrutura nessas regiões, para garantir qualidade de vida a essa população e, ao mesmo tempo, resiliência, fortalecendo também um sistema de defesa civil."

Para Neves, a 30ª Cúpula do Mercocidades é uma oportunidade para que gestores municipais se encontrem e não só compartilhem as soluções que funcionam em sua cidade, mas também aprendam com os outros.

"O futuro passa pelo desenvolvimento sustentável das cidades. Então a 30ª Cúpula do Mercocidades é uma oportunidade de troca de experiências, de fortalecimento da cooperação e também de reivindicação das cidades para participarem da governança global", atesta.

Panorama internacional

Credibilidade do SWIFT derreteu, diz ex-vice-presidente do banco do BRICS

2 de outubro, 14:45

Tentativa de parceria para financiamento do banco do BRICS é possível?

Ao falar sobre busca por financiamento para o desenvolvimento das cidades — onde as pessoas propriamente vivem —, Neves se mostrou atento às possibilidades e garantiu que poderá tentar parcerias com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco do BRICS.

"Nós temos que buscar todas as fontes de financiamento para o desenvolvimento das cidades, porque cada vez mais as pessoas no planeta vivem nas cidades. O Brasil já é um país majoritariamente urbano, e a gente tem que financiar esse processo de desenvolvimento para superar os problemas dos lixões, do saneamento, da habitação."

Nesse sentido, à frente não só da presidência do Mercocidades, mas atualmente como vice-presidente de Relações Internacionais da Frente Nacional de Prefeitos, o mandatário disse que buscará trabalhar com os organismos de cooperação, "como o Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID] e o Banco Mundial, mas também as novas agências de cooperação, como é o caso do banco do BRICS e também do Banco de Desenvolvimento da América Latina, o CAF".

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