De acordo com um artigo publicado no site, o local é uma das maiores jazidas de pegadas do período Triássico Tardio já encontradas em todo o mundo.
As milhares de pegadas visíveis hoje nas paredes de dolomita, seguramente, estiveram dispostas antes em uma superfície horizontal. Esse deslocamento indica movimentos tectônicos de grande escala que ergueram e inclinaram as camadas rochosas.
Pegadas de dinossauros, de 210 milhões de anos, encontradas nos Alpes italianos
© Foto / Museo di Storia Naturale di Milano
Há 210 milhões de anos, onde hoje estão os Alpes, não havia montanhas. Durante o Triássico Tardio, localizava-se ali a borda do antigo supercontinente Pangeia, coberta por florestas tropicais.
Essa região era banhada pelo antigo oceano Tétis, e sua costa era formada por lagoas rasas e quentes e planícies de maré. O fundo lodoso e calcário dessas lagoas preservou as pegadas dos dinossauros que por ali passavam.
Pegadas de dinossauros, de 210 milhões de anos, encontradas nos Alpes italianos
© Foto / Museo di Storia Naturale di Milano
Com o recuo das águas e os maciços movimentos das placas tectônicas, o fundo calcário solidificou-se, transformou-se em um tipo de mineral, a dolomita, sendo incorporado à formação das montanhas, preservando todos os vestígios.
Os cientistas acreditam que as pegadas foram deixadas por dinossauros herbívoros, provavelmente prosaurópodes. Os rastros pertencem, com maior probabilidade, ao plateossauro, um dinossauro de pescoço longo cujos esqueletos já foram encontrados na Europa Central.
"Muitas impressões individuais têm até 40 centímetros de largura, e as marcas dos dedos e garras são claramente visíveis. Em algumas áreas, trilhas paralelas se estendem lado a lado por centenas de metros, sugerindo fortemente que esses animais se deslocavam em rebanhos", afirma a publicação.
Vale destacar que as depressões foram inicialmente notadas por um fotógrafo naturalista italiano que observava a paisagem alpina com binóculos. Ao se aproximar das rochas, percebeu que se tratava de pegadas de criaturas enormes e reportou a descoberta às autoridades.
Especialistas já consideram a descoberta um marco científico que mudará a paleontologia europeia e manterá os pesquisadores ocupados nas próximas décadas.