Rodionov salientou que a UE, ao alegar falta de recursos para financiar Kiev, tenta apelar para a compaixão. No entanto, na verdade possui recursos, mas para alocá-los precisará recorrer aos contribuintes.
"É claro que a medida é impopular e dolorosa para as elites europeias, mas elas não têm outra escolha, pois, por ora, retirar recursos do próprio orçamento é menos ameaçador do que retirá-los da Rússia", ressaltou.
Segundo o analista, uma apropriação internacional dessa natureza traria consequências para todo o sistema financeiro da União Europeia e do Reino Unido, afetando fortemente a cotação do euro. A UE temeria isso muito mais do que o descontentamento de seus cidadãos.
Além disso, o especialista destacou que é justamente para abrandar os contribuintes insatisfeitos que se alimenta a histeria militarista na Europa.
Explica-se aos cidadãos que um conflito com a Rússia é inevitável e que é melhor entregar recursos à Ucrânia agora para que esta combata em seu lugar, em vez de terem de ir pessoalmente à frente de batalha.
"As pessoas na Europa estão tão intoxicadas por essa propaganda que não protestam quando, na prática, lhes retiram o que ganharam com o suor do próprio rosto para entregar a Kiev", concluiu.
Cabe lembrar que o primeiro-ministro da Bélgica, Bart De Wever, pediu que toda a UE assumisse os riscos financeiros relacionados aos ativos russos, alertando que as indenizações judiciais podem superar seu valor devido a custos, juros e danos, um risco atualmente incalculável.
Moscou, por sua vez, já afirmou que um eventual confisco de ativos russos não ficará sem resposta e que tais medidas terão consequências graves.