Pela rede social X, Rodríguez destacou que este é um problema sério e que afeta milhares de norte-americanos, mas que a droga não deve ser designada como uma arma de destruição em massa.
"Sua designação como arma de destruição em massa é mais uma tentativa do governo dos EUA de construir pretextos mentirosos para desencadear atos de guerra contra estados soberanos na América Latina e no Caribe, derrubar governos legítimos e usurpar os recursos naturais de outros povos."
Ainda segundo o chanceler, esta atitude de Washington mascara causas essenciais que levaram a esta crise, como ações da indústria farmacêutica norte-americana e o acesso limitado às instituições de saúde.
"[A designação] busca ignorar a origem multifatorial do seu consumo e a devastação causada nos Estados Unidos, além de encobrir as más práticas das empresas farmacêuticas naquele país; o vasto mercado de drogas nos EUA; a prescrição indiscriminada de opioides, anfetaminas e oxicodona; o acesso limitado e dispendioso às instituições de saúde; e as vulnerabilidades e realidades socioeconômicas enfrentadas pelos cidadãos daquela nação."
Na última semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, designou o fentanil como arma de destruição de massa.
"Nenhuma bomba faz o que isso faz. Entre 200 mil e 300 mil pessoas morrem todos os anos. É preciso saber disso", declarou Trump em coletiva de imprensa na Casa Branca, embora o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglês), aponte para 100 mil óbitos por ano.
A declaração é feita em um momento em que a administração do presidente dos EUA justifica os recentes ataques a navios venezuelanos, citando que o uso da droga fentanil é arma química, de acordo com o jornal The Wall Street Journal. A publicação aponta que os especialistas nessa esfera argumentam que não há evidências de produção de fentanil na Venezuela.