A análise indica que, embora o desempenho das exportações continue sendo o fator mais relevante para o crescimento real da economia chinesa no próximo ano, o endurecimento das políticas comerciais por outros países e uma potencial desaceleração da demanda externa podem limitar esse ritmo.
Daniel Rose, cofundador do Rhodium Group e coautor do relatório, explicou que as mudanças na demanda global e na reposição de estoques nas economias desenvolvidas representam riscos significativos, especialmente considerando a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de uma desaceleração contínua nessas economias até 2026.
O relatório alerta que regiões como a Europa e alguns mercados emergentes podem reagir com mais intensidade às práticas comerciais chinesas, ampliando ou reforçando as restrições existentes às importações de bens do país asiático.
Nos primeiros 11 meses de 2025, o superávit comercial da China ultrapassou a marca de US$ 1 trilhão (mais de R$ 5,5 trilhões) alcançada em todo o ano anterior, um resultado que Rosen atribuiu à diversificação dos mercados de exportação e à depreciação da taxa de câmbio real.
Ainda segundo o relatório, a queda nos preços das exportações, associada às pressões deflacionárias internas, permitiu que a China expandisse suas vendas externas para além dos Estados Unidos, fortalecendo sua presença em outros mercados.
No entanto, o estudo conclui que esse mesmo dinamismo das exportações pode intensificar as tensões comerciais e levar a novas barreiras protecionistas, complicando o equilíbrio entre crescimento econômico e estabilidade externa para a China em 2026.