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Flexibilização de vistos sinaliza o avanço da amizade entre Rússia e China, dizem analistas
Flexibilização de vistos sinaliza o avanço da amizade entre Rússia e China, dizem analistas
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Ao podscast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas apontam que a flexibilização da exigência de visto para a entrada de cidadãos chineses na Rússia fortalece o... 22.12.2025, Sputnik Brasil
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O presidente russo, Vladimir Putin, assinou recentemente um decreto que permite a cidadãos chinese entrar e permanecer na Rússia por até 30 dias sem necessidade de visto. A medida é válida até 13 de setembro de 2026 e abrange várias áreas, que incluem turismo, negócios, trânsito e a participação em eventos científicos, culturais, sociopolíticos, econômicos e esportivos.O decreto de Putin ilustra a relação próxima entre os países, duas das maiores potências do Sul Global, conforme aponta, em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, o analista internacional, Ricardo Cabral, editor do canal História Militar em Debate e coautor do livro "Guerra na Ucrânia: análises e perspectivas. O conflito militar que está mudando a geopolítica mundial".Segundo ele, esse entrelaçamento econômico, social e estratégico das duas grandes potências da Ásia só tende a estreitar com o maior intercâmbio entre pessoas, algo do qual ambas nações tirarão proveito.Apesar do visto ser basicamente focado no turismo, há uma perspectiva de maior inter-relação entre as culturas, "que são muito conhecidas uma da outra e têm uma grande similaridade". Ele explica que os laços entre os países são anteriores à criação da própria Rússia e frisa que os chineses já andaram pelo território russo séculos atrás.Para o analista, a medida também abre caminho para futuras concessões de ambas as partes voltadas para abrir o mercado de trabalho russo aos chineses. Ele avalia que o final do conflito ucraniano tende a dinamizar as economias de Rússia e China, fazendo com que cresçam mais rápido ainda.Além da aliança estratégica com Pequim, Moscou também tem uma relação muito próxima com outro gigante asiático, Nova Déli. Segundo Cabral, a aproximação com a Índia permite à diplomacia russa aparar arestas e abrir canais de diálogo entre chineses e indianos, que êm questões acirradas envolvendo fronteira e etnia.A flexibilização da exigência de visto é um sinal de confiança e disposição que vai muito além do turismo, como aponta, ao podcast Mundioka, Diego Pautasso, doutor em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), cocriador do @fiosdechina e autor do livro "China e Rússia no Pós-Guerra Fria: Inserção Internacional e Transição Sistêmica - Coleção Relações Internacionais".Ele aponta que a medida facilita o comércio, negócio, pesquisas, eventos acadêmicos e a mobilidade entre os dois países, e no médio e longo prazo "também terá efeito na solidificação das relações bilaterais, que vêm sendo incrementada sobretudo desde os anos 2000".Pautasso afirma que criar espaços de integração e diálogo no Sul Global é um dos objetivos da China, que nos últimos anos lançou projetos como a Iniciativa de Desenvolvimento, a Iniciativa de Civilização e a Iniciativa de Segurança, como sinalizações de um contraponto político e diplomático às principais políticas que os EUA vêm estabelecendo em escala global.Em especial, a medida vai ao encontro do estreitamento de laços observado entre países do BRICS, que, dentre os acordos firmados em variados âmbitos, abrange a circulação de pessoas para aprofundar a integração e criar uma alternativa através do grupo para o Sul Global.Ele aponta ainda que a medida indica a posição de Pequim ao lado de Moscou no cerco ocidental à Rússia, liderado por Washington, e a amizade sem limites entre os países anunciada em 2022.
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Flexibilização de vistos sinaliza o avanço da amizade entre Rússia e China, dizem analistas
17:50 22.12.2025 (atualizado: 18:00 22.12.2025) Especiais
Ao podscast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas apontam que a flexibilização da exigência de visto para a entrada de cidadãos chineses na Rússia fortalece o entrelaçamento econômico, social e estratégico das duas potências da Ásia.
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou recentemente um decreto que permite a cidadãos chinese entrar e permanecer na Rússia por até 30 dias sem necessidade de visto. A medida é válida até 13 de setembro de 2026 e abrange várias áreas, que incluem turismo, negócios, trânsito e a participação em eventos científicos, culturais, sociopolíticos, econômicos e esportivos.
O decreto de Putin ilustra a
relação próxima entre os países, duas das maiores potências do Sul Global, conforme aponta, em entrevista ao
podcast Mundioka, da
Sputnik Brasil, o analista internacional,
Ricardo Cabral, editor do canal História Militar em Debate e coautor do livro "Guerra na Ucrânia: análises e perspectivas. O conflito militar que está mudando a geopolítica mundial".
Segundo ele, esse entrelaçamento econômico, social e estratégico das duas grandes potências da Ásia só tende a estreitar com o maior intercâmbio entre pessoas, algo do qual ambas nações tirarão proveito.
"Os dois países têm um problema demográfico. A Rússia tem uma população pequena para um território muito grande e a China tem uma população muito grande e que precisa de oportunidades."
Apesar do visto ser basicamente focado no turismo, há uma perspectiva de maior inter-relação entre as culturas, "que são muito conhecidas uma da outra e têm uma grande similaridade". Ele explica que os laços entre os países são anteriores à criação da própria Rússia e frisa que os chineses já andaram pelo território russo séculos atrás.
"Esse intercâmbio é que faz, na minha opinião, o russo ter essa característica de uma civilização singular, que recebe ao mesmo tempo contribuições dos vários povos do Ocidente e do Oriente."

2 de fevereiro 2023, 21:02
Para o analista, a medida também abre caminho para futuras concessões de ambas as partes voltadas para abrir o mercado de trabalho russo aos chineses. Ele avalia que o final do conflito ucraniano tende a dinamizar as economias de Rússia e China, fazendo com que cresçam mais rápido ainda.
"Isso vai ser bom para os dois países, porque você abre um novo campo de trabalho, um novo mercado. E a Rússia, é claro, vai ganhar com um pessoal altamente qualificado, formado pelos chineses, cuja mão de obra só vai acrescentar, só vai melhorar a qualidade de ambos os países", afirma.
Além da aliança estratégica com Pequim, Moscou também tem uma relação muito próxima com outro gigante asiático, Nova Déli. Segundo Cabral, a aproximação com a Índia permite à diplomacia russa aparar arestas e abrir canais de diálogo entre chineses e indianos, que êm questões acirradas envolvendo fronteira e etnia.
"Hoje muita coisa passa por Moscou, por essa capacidade que a diplomacia russa tem de dialogar com diferentes atores, mesmo, às vezes, com interesses contrários dentro do sistema internacional, respeitando os interesses, as demandas e constituindo não áreas de influência, áreas de exclusividade, mas áreas de intercâmbio."
A flexibilização da exigência de visto é um
sinal de confiança e disposição que vai muito além do turismo, como aponta, ao
podcast Mundioka,
Diego Pautasso, doutor em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), cocriador do @fiosdechina e autor do livro "China e Rússia no Pós-Guerra Fria: Inserção Internacional e Transição Sistêmica - Coleção Relações Internacionais".
Ele aponta que a medida facilita o comércio, negócio, pesquisas, eventos acadêmicos e a mobilidade entre os dois países, e no médio e longo prazo "também terá efeito na solidificação das relações bilaterais, que vêm sendo incrementada sobretudo desde os anos 2000".
"A flexibilização de vistos tem sido uma política também da China para com os seus principais parceiros, tem aberto sucessivamente canais com outros países e é uma sinalização de contraste em relação à política dos EUA, que é justamente de endurecimento, de crescente xenofobia, de crescente hostilidade com relação aos estrangeiros."

24 de janeiro 2023, 08:10
Pautasso afirma que criar espaços de integração e diálogo no Sul Global é um dos objetivos da China, que nos últimos anos lançou projetos como a Iniciativa de Desenvolvimento, a Iniciativa de Civilização e a Iniciativa de Segurança, como sinalizações de um contraponto político e diplomático às principais políticas que os EUA vêm estabelecendo em escala global.
Em especial, a medida vai ao encontro do estreitamento de laços observado entre países do BRICS, que, dentre os acordos firmados em variados âmbitos, abrange a circulação de pessoas para aprofundar a integração e criar uma alternativa através do grupo para o Sul Global.
Ele aponta ainda que
a medida indica a posição de Pequim ao lado de Moscou no cerco ocidental à Rússia, liderado por Washington, e a
amizade sem limites entre os países anunciada em 2022.
"O fato deles terem estabelecido essa amizade sem limites justamente no contexto de cerco ocidental contra a Rússia é uma evidência claríssima do lado que a China tomou nesse conflito e da disposição que ela tem para estreitar as cooperações com a Rússia nos seus mais variados âmbitos."
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