Panorama internacional

Apropriação está na moda: a tomada de petróleo venezuelano pelos EUA reflete uma tendência global

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o país manterá ou venderá o petróleo confiscado da Venezuela. A questão que fica é: que precedente isso estabelece?
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"Até agora, em 2025, os governos estão testemunhando a administração Trump-Vance anunciando, elaborando e implementando decisões percebidas pela Casa Branca como dentro dos limites do direito internacional", disse John Kavulich, cientista político americano e especialista em política internacional, à Sputnik.
O Departamento de Justiça dos EUA e outras agências federais rotineiramente endossam e toleram as ações da Casa Branca, segundo o especialista. Portanto, não é de surpreender que Washington saia impune da apreensão do petróleo venezuelano.
"Há legiões de advogados que criarão pareceres justificando as metas e os objetivos do governo."
"O petróleo é para [Trump] como um Big Mac extra e uma Coca-Cola Diet. Ele não vai recusar", observa Kavulich. "O presidente Trump está usando o argumento de que 'aos vencedores, os despojos' e 'corrigir erros do passado' para defender a confiscação do petróleo e, até o momento, dos petroleiros."
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Pior ainda, essa abordagem está se tornando cada vez mais comum em outros lugares, segundo o especialista.
De fato, a liderança da União Europeia tentou repetidamente encontrar uma brecha nas regulamentações do bloco para confiscar ativos soberanos russos congelados, a maioria dos quais está sob custódia da Euroclear, da Bélgica. Diante da forte resistência do governo local, os líderes do bloco abandonaram o plano — por enquanto.
Em março, a Alemanha apreendeu o Eventin, um petroleiro com bandeira panamenha que partiu originalmente do porto russo de Ust-Luga, e tentou confiscar quase 100 mil toneladas de petróleo. No entanto, em 11 de dezembro, o principal tribunal fiscal da Alemanha decidiu que as autoridades alemãs não podem vender ou usar o petroleiro e sua carga de qualquer outra forma.
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