Unesco pede reunião da ONU para discutir destruição de artefatos históricos no Iraque

© REUTERS / Social media Web site via Reuters TVMilitantes Estado Islâmico destroem artefatos em museu de Mosul
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A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, disse estar "profundamente chocada" com as imagens que mostram militantes do grupo terrorista Estado Islâmico destruindo artefatos da civilização assíria. Ela afirmou ter pedido ao Conselho de Segurança da ONU uma reunião de emergência para proteger a herança cultural do país.

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A chefe da Unesco, Irina Bokova, emitiu um comunicado oficial nesta quinta-feira. “Estou profundamente chocada com o vídeo, no qual estão gravadas as destruições de estátuas e de outros artefatos no museu de Mosul. Eu condeno esses atos como atentado premeditado contra a história e cultura milenar do Iraque, e como um ato de violência e ódio”, disse a oficial.  

Um vídeo de cinco minutos mostra um grupo de homens no interior do museu de Mosul usando martelos e brocas para destruir várias estátuas grandes, mostradas a seguir aos pedaços. Pouco depois, as imagens mostram um homem vestido de preto nas proximidades de um sítio arqueológico, dentro de Mosul, destruindo uma deidade assíria representada por um touro com asas, datada do século 7 a.C.O vídeo foi postado em contas de redes sociais de grupos afiliados ao Estado Islâmico.

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Bokova afirmou ainda que a destruição das peças viola uma resolução do Conselho de Proteção dos Bens Culturais de zonas de conflito na Síria e no Iraque. Em função disso, explica o comunicado da diretora geral da Unesco, a organização decidiu se dirigir diretamente ao secretário-geral da ONU e solicitar a realização extraordinária de uma sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a situação no Iraque. 

Mosul é a segunda maior cidade do Iraque. A província de Nínive, que fica nas proximidades, caiu nas mãos dos militantes durante uma ação em junho de 2014. Durante esse tempo eles destruíram uma série de monumentos locais, entre os quais estavam a Mesquita do Profeta Yunus (Jonas), reverenciado tanto por cristãos, quanto por muçulmanos, e o convento de São Jorge.

Os especialistas familiarizados com as obras do museu de Mosul revelaram que algumas esculturas destruídas tinham quase 3 mil anos. Em comentários ao vídeo, os radicais afirmaram que as suas ações representam a “luta contra os ídolos”.

Na segunda-feira os militantes depredaram a biblioteca pública de Mosul, cujo prédio depois foi explodido. Os militantes do Estado Islâmico montaram uma fogueira com livros antigos e pergaminhos, considerados patrimônio histórico do país. No total, foram queimados cerca de 10 mil tomos de obras raras de filosofia e história. 

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, também condenou o ato. Ele classificou a destruição das peças do museu de Mosul como "condenáveis" e afirmou que os terroristas "roubaram o passado da população".

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