“Putin afirmou que esse assassinato cruel apresenta todos os elementos de ser por encomenda e possuiu um caráter de provocação, disse o secretário de imprensa do Kremlin, Dmitri Peskov.
O primeiro-ministro da Rússia Dmitri Medvedev também solicitou aos órgãos de segurança todo o esforço possível para encontrar os responsáveis pelo assassinato do político Boris Nemtsov, informou aos jornalistas a secretária de imprensa do premiê, Natalia Timakova. Ela adicionou que Medvedev manifestou sinceras condolências aos familiares de Nemtsov.
Os deputados da Duma Estatal acompanharão o andamento das investigações da morte do político, afirmou o vice-presidente do parlamento russo Sergei Neverov.
"Manifesto as minhas condolências a todos os familiares e amigos de Boris Nemtsov. Eu conheci ele pessoalmente, tanto na Duma Estatal, quanto na Duma da Oblast de Iaroslavl, da qual ele era deputado até presente momento”, disse Neverov. “Trata-se de um crime cometido no centro de Moscou. Na qualidade de deputados da Duma Estatal, acompanharemos com atenção o andamento das investigações. Não tenho dúvidas de que os criminoso serão encontrados e serão punidos”, concluiu Neverov.
Aleksey Kudrin, ex-ministro das Finanças da Rússia, chamou o acontecimento de uma grande tragédia e considera imperativo o esclarecimento dos fatos.
Boris Nemtsov tinha 55 anos. Ele foi vice-primeiro ministro do governo russo na época do presidente Boris Yeltsin. Na ocasião, o político foi considerado um possível candidato à presidência. Em dezembro de 2007, o seu partido Soyuz Pravykh Sil (União das Forças de Direita) propôs Boris Nemtsov como o candidato para o cargo de Presidente da Rússia nas eleições de março de 2008. Em dezembro de 2007, o rating da sua candidatura à presidência foi inferior a 1%. Em 26 de dezembro, antes do início da campanha eleitoral, Nemtsov retirou a sua candidatura a favor de Mikhail Kasianov.
Desde o início da presidência de Vladimir Putin, Nemtsov se posicionou como um crítico ativo da sua administração.
Desde então, Nemtsov ocupou diversos cargos públicos e foi eleito sucessivas vezes para o parlamento. Desde 2012, ele é co-preside o Partido Republicano da Rússia — Partido da Liberdade Popular (RPR-PARNAS). Desde 2013, foi deputado da Duma da oblast de Iaroslavl, cidade satélite de Moscou.
A imprensa internacional também reagiu com velocidade à morte de Boris Nemtsov. As notícias, em sua maioria, davam ênfase às atividades oposicionistas do político e informavam sobre a marcha da oposição convocada por este para 1 de março.
O secretário de imprensa do Kremlin, Dmitri Peskov, se manifestou a esse respeito à radio Kommersant. “Com todo o meu respeito à memória de Boris Nemtsov, no plano político ele não representava nenhuma ameaça para o governo atual da Rússia e para Vladimir Putin pessoalmente”.
O colega de partido de Nemtsev, Vladimir Ryzhkov, lembrou que o político assassinado dedicou os últimos anos de sua carreira à luta contra corrupção na Oblast de Iaroslavl, onde era deputado. “É claro que ele provocou uma grande irritação das elites locais, uma grande irritação em Iaroslavl, onde atuava como deputado nos últimos dois anos e onde desmascarou uma série de esquemas de corrupção”.