“Neste momento nenhum dos suspeitos do assassinato de Nemtsov confirma sua culpa”, manifestou.
Anteriormente tinha sido divulgado que um dos suspeitos, Zaur Dadaev, se reconhecera culpado.
Enquanto isso, o porta-voz da presidência, Dmitry Peskov, disse que, para obter comentários sobre o desenvolvimento e detalhes de investigação, é preciso dirigir-se ao próprio Comitê de Investigação. Ele também chamou de absurda a pergunta sobre a publicação na mídia de informação sobre a existência de uma alegada “lista negra” de políticos e jornalistas a serem abatidos, sobre a qual o presidente russo Vladimir Putin foi informado.
O jornal Novaya Gazeta escreveu que, na semana passada, foi apresentado ao líder russo um relatório no qual, segundo a informação do jornal, estaria indicado o nome da pessoa que encomendou o homicídio do político Boris Nemtsov.
“Não conheço os detalhes de todos os relatórios dos serviços de defesa e de segurança. Também não é possível divulgar esta informação”, disse Peskov à emissora Ekho Moskvy (Eco de Moscou).
A reação ao assassinato do político de oposição Boris Nemtsov foi imediata. O presidente da Federação da Rússia Vladimir Putin, que foi informado rapidamente sobre o crime, prestou condolências à família e amigos do político. O chefe de Estado russo delegou às autoridades de segurança do país a criação de um grupo investigativo misto, com participação do Ministério do Interior e Serviço Federal de Segurança da Federação da Rússia (FSB na sigla em russo), a tarefa de coordenar os trabalhos.
Boris Nemtsov tinha 55 anos. Ele foi vice-primeiro ministro do governo russo na época do presidente Boris Yeltsin. Na ocasião, o político foi considerado um possível candidato à presidência. Em dezembro de 2007, o seu partido Soyuz Pravykh Sil (União das Forças de Direita) propôs Boris Nemtsov como candidato para o cargo de presidente da Rússia nas eleições de março de 2008. Em dezembro de 2007, o rating da sua candidatura à presidência foi inferior a 1%. Em 26 de dezembro, antes do início da campanha eleitoral, Nemtsov retirou a sua candidatura a favor de Mikhail Kasianov.
A imprensa internacional também reagiu rapidamente à morte de Boris Nemtsov. As notícias, em sua maioria, davam ênfase às atividades oposicionistas do político e informavam sobre a marcha da oposição convocada por este para 1 de março.
O secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, se manifestou a esse respeito à radio Kommersant. “Com todo o meu respeito à memória de Boris Nemtsov, no plano político ele não representava nenhuma ameaça para o governo atual da Rússia e para Vladimir Putin pessoalmente”.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o assassinato e exigiu uma investigação rápida, imparcial e transparente sobre as circunstâncias do crime. A chancelaria do Reino Unido também teve postura semelhante à norte-americana e disse que irá acompanhar a investigação.