Deputada alemã fala sobre tumultos em Frankfurt, marcha nazista letã e oposição à Rússia

© REUTERS / Kai PfaffenbachProtesto contra Banco Central Europeu em Frankfurt
Protesto contra Banco Central Europeu em Frankfurt - Sputnik Brasil
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Sevim Dagdelen, uma participante do movimento anticapitalista Blockupy e deputada no parlamento alemão do partido A Esquerda (Die Linke), concedeu uma entrevista à Rádio Sputnik sobre as manifestações em Frankfurt.

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Protesto contra Banco Central Europeu em Frankfurt
A ação de protesto em Frankfurt (Alemanha), organizada nesta quarta-feira (18) pelo Blockupy, virou uma verdadeira guerra com a polícia, com carros incendiados e bombeiros atacados com pedras. A manifestação visava protestar contra abertura da sede do Banco Central Europeu em Frankfurt. Os manifestantes se opõem ao BCE, à política da União Europeia e ao FMI, bem como ao governo alemão, que, em sua opinião, são responsáveis pelo surgimento da crise na Europa.

A deputada Dagdelen disse que esteve entre os 20 mil participantes da ação, apoiada por seu partido. Porém, ela confessou que o uso de violência não corresponde ao objetivo do movimento e desacredita-o. 

“Todos os que recorreram à violência deviam perguntar-se se ela não desacredita o protesto pacífico das restantes 20 mil pessoas”, confessou. Porém, segundo Dagdelen, a Polícia contribui para o ambiente com as suas ações brutais, como o uso de forças especiais, canhões de água e construção de barreiras. 

Além disso, a deputada da esquerda sublinhou a hipocrisia do Bundestag (parlamento alemão):

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Protesto em Frankfurt vira guerra com a polícia
“… Quando os nazistas fazem uma marcha em Colônia, quando durante as manifestações do Pegida os imigrantes são atacados, não são realizados debates no Bundestag [após os tumultos em Frankfurt o ministro do Interior alemão atacou A Esquerda e apelou ao partido para manifestar a sua não participação da violência]… A violência usada em Kiev [durante o Maidan] também não foi criticada e censurada mas, ao contrário, foi apresentada como luta pela liberdade. Aqui são aplicados estandartes duplos. É preciso condenar a violência em todos os lados como fazemos nós, os manifestantes de esquerda, mas não de maneira seletiva”, frisou.

Sevim Dagdelen também fez uma inquirição sobre a participação de radicais da extrema-direita alemã da marcha dos veteranos da SS na Letônia em 16 de março. Recebeu a seguinte resposta:

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“O governo federal não tem dados sobre a mobilização de radicais de direita para a participação da marcha em 16 de março… Segundo o ponto de vista do governo federal, a atitude em relação deste capítulo difícil e cruel da sua própria história é em primeiro lugar um problema e tarefa da sociedade letã e do governo da Letônia que, segundo nós sabemos, tenta alcançar um equilíbrio e conciliação”.

Segundo a deputada, tal resposta mostra que, em relação tanto à Ucrânia como à Letônia, o governo alemão coopera com governos que elogiam os colaboracionistas. Berlin patrocina o governo letão apesar do fato que, antes da marcha dos veteranos da SS, manifestações antifascistas e judaicas foram reprimidas. Todo este cinismo político das autoridades da Alemanha só pode ser explicado no contexto da oposição à Rússia.

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