Nesta segunda-feira (13) o presidente russo assinou o decreto que revoga a proibição dos sistemas de lançamento de mísseis S-300 ao Irã.
"O decreto revoga a proibição de deslocamento no território da Federação da Rússia (inclusive por transporte aéreo), saída do território da Federação da Rússia à República Islâmica do Irã e também transferência à República Islâmica do Irã fora dos limites da Federação da Rússia com o uso de naves marítimas e aéreas portando bandeira de Estado da Federação da Rússia de sistemas de lançamento de mísseis S-300", reza o comunicado oficial.
O contrato que previa o fornecimento de 40 sistemas S-300, do valor aproximado de 800 milhões de dólares, foi assinado pela Rússia em 2007. Mas as sanções impostas contra o Irã em 2010 provocaram a suspensão do contrato.
De acordo com Hassan Hanizadeh, cientista político e redator-chefe da agência noticiosa iraniana Mehr, comenta que este decreto caracteriza a parte russa como parceiro seguro:
"O decreto de Vladimir Putin foi muito aplaudido no Irã. Este passo demonstra a independência da Federação da Rússia na tomada de decisões políticas e demonstra também que Moscou cumpre as obrigações que assumiu, o que a carateriza como um parceiro fiel e seguro".
Para Hanizadeh, trata-se de "uma nova página na cooperação russo-iraniana na área da defesa".
Hossein Sheikholeslam, conselheiro do parlamento iraniano para Assuntos Internacionais, também acredita que a revogação da suspensão de entrega dos S-300 significa maior parceria entre Rússia e Irã que tem como finalidade a estabilização regional:
"Hoje é um dia realmente destacado nas relações russo-iranianas. Não é nenhum segredo que o subconsciente do povo iraniano estava preocupado especialmente pela suspensão do fornecimento dos S-300. Muitos desistiram de acreditar que a Rússia era confiável. Portanto, hoje apraz-me muito saber que a Rússia decidiu: a gente deve cumprir a promessa e cumprir as condições do contrato. A Rússia é confiável de verdade. Agora, os norte-americanos e os seus aliados não irão poder prejudicar o equilíbrio regional e ditar as suas condições da posição da força".