"Para o Brasil, Índia, Indonésia e Turquia, o esperado aumento na taxa real de juros em 2015, na comparação com os quatro anos anteriores, pode ampliar o custo do serviço de dívida no setor privado, onde o crédito cresceu fortemente nos últimos anos", acredita o FMI e publicou o Estadão Conteúdo.
No relatório Estabilidade Financeira Global, divulgado nesta quarta-feira (15) durante a reunião de primavera do Fundo, o Brasil aparece no pico da curva de aceleração de inflação entre os países em desenvolvimento. Enquanto isso, economias da Ásia, da Hungria e da Polônia estão verificando queda nos indicadores de preços, pois alguns países se beneficiam da redução no valor do petróleo. "O alívio das pressões inflacionárias traz um bem-vindo aumento de espaço para a política monetária em países onde o crescimento deve desacelerar", aponta o FMI.
O FMI destaca que a desinflação na China pode complicar a transição para o momento de crescimento econômico mais moderado do país. Além da queda do petróleo, o comportamento dos preços chineses pode refletir fatores mais duradouros, como o excesso de capacidade em indústrias pesadas e de oferta no setor imobiliário. "A retração dos preços das moradias é necessária para melhorar o equilíbrio entre oferta e demanda, mas pode levar a quedas maiores do que o esperado no setor financeiro", afirma o relatório do Fundo. "Além disso, um estresse entre empresas do segmento pode respingar em outros países, já que as emissões externas da área somam US$ 130 bilhões desde 2010."
O fundo, segundo publicou o Estadão Conteúdo, também avalia que a China deveria tratar da questão do shadow banking, de forma a permitir uma "correção ordenada dos excessos" dessa área, apontada como uma das medidas mais necessárias para assegurar a estabilidade financeira do país.