Sputnik destaca comentários de Putin sobre principais questões da agenda internacional

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O presidente russo Vladimir Putin participou nesta quinta-feira (16) da Linha Direta que durou quatro horas, respondendo a 74 perguntas de cidadãos da Rússia. Confira as respostas sobre os temas internacionais mais atuais.

Rússia e Ocidente

Não é a Rússia quem tenta piorar as relações com o Ocidente, frisou Vladimir Putin ao iniciar a terceira hora da Linha Direta.

"Nós temos vontade de cooperar", sublinhou.

No entanto, os EUA parecem não querer parceiros, mas sim vassalos. A Rússia não se revê em um sistema de relações internacionais deste cunho.

Tocando no tema de porta-helicópteros Mistral o presidente disse que está confiante que a França vai devolver o dinheiro pelos dois navios que a Rússia ordenou mas nunca recebeu. Moscou não vai exigir o pagamento da multa, disse Putin. Segundo o presidente, a Rússia assinou o contrato com a França para apoiá-la e reduzir o volume de trabalho de estaleiro.

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Mídia: não participar do Dia da Vitória em Moscou é 'populismo infeliz'
Outro tema abordado foi o boicote das comemorações do Dia da Vitória em Moscou em 9 de maio pelos líderes ocidentais.

"Esta [a viagem a Moscou para comemorar o Dia da Vitória] é uma escolha de cada político concreto, é uma escolha do país por ele representado. Há quem não queira vir, há quem receba instruções de Washington para não vir. [Washington] proíbe, mesmo se muitos querem [vir]. Portanto, é uma escolha e nós sempre iremos respeitar esta escolha", disse Putin.

Em 9 de maio, o mundo comemora os 70 anos da Vitória na Segunda Guerra Mundial. Na praça Vermelha de Moscou haverá uma parada militar. Não obstante a data importante, os líderes de vários países que impuseram a "guerra das sanções" contra a Rússia, recusaram-se a participar da cerimônia. 

O presidente russo frisou que a Rússia não tem ambições imperialistas nem inimigos no mundo. 

"Não temos aquelas ambições imperialistas das quais somos frequentemente acusados. A integração euroasiática é um processo normal, corrente", frisa o presidente russo.

Ucrânia

"São as autoridades da Ucrânia que fazem por separar o Donbass do seu país… a Rússia nunca quis impor à Ucrânia um modo de agir", diz Putin.

“Sobre a questão da existência de nossas tropas na Ucrânia, falo direta e claramente: não há tropas russas na Ucrânia”, frisou.

Putin: "Eu acho que as autoridades atuais da Ucrânia estão cometendo muitos erros, que irão acarretar resultados negativos. Parece que tal é a escolha do presidente e do governo [da Ucrânia]".

O presidente russo lamentou o fato de Kiev não cumprir os Acordos de Minsk, o que resultou em vários casos repetidos de violação do cessar-fogo e violência. Houve uma chance de resolver a crise ucraniana por via política.

Além disso, Putin desmentiu a informação publicada pela revista Forbes, segundo a qual o presidente ucraniano Pyotr Poroshenko propôs-lhe ficar com Donbass.

"Poroshenko nunca me propôs ficar com Donbass", disse.

O presidente disse, entretanto, que a Rússia está interessada na recuperação da economia ucraniana porque “eles são nossos vizinhos, são parceiros, e também estamos interessamos na tranquilidade das nossas fronteiras”. Putin salientou que a Rússia não escolhe os seus parceiros internacionais e é preciso colaborar com os que tem.

Estado Islâmico

O Estado Islâmico primeiro apareceu no Iraque e depois expandiu-se. O Iraque tinha um líder não democrático, Saddam Hussein, mas não tinha terrorismo.

Sede do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) em Moscou - Sputnik Brasil
FSB: Estado Islâmico tenta recrutar militantes no Norte do Cáucaso
O chamado Estado Islâmico luta de maneira profissional e começou a atrair outros radicais. Sabemos que entre eles estão cidadãos da Rússia e naturais da Comunidade de Estados Independentes (CEI). Estamos dando os passos necessários. Nossos serviços de segurança trabalham nesta direção. Porém, há possibilidade que o EI apareça no território da Rússia, ressaltou presidente russo.

Retoma do fornecimento de mísseis S-300 ao Irã e reação do Israel

“Nós não somos o maior fornecedor de armas para o Oriente Médio, os Estados Unidos entregam muito mãos”, disse o presidente russo comentando a retoma do processo de fornecimento dos complexos de mísseis S-300 ao Irã.

Petróleo - Sputnik Brasil
Mísseis russos em troca de petróleo iraniano
Além disso, o fornecimento dos S-300 “não está na lista das sanções” impostas pelo Ocidente contra o Irã, frisou Vladimir Putin.

De modo que a Rússia não viola nenhuma norma ou resolução internacional ao continuar o fornecimento, interrompido em 2010 em razão da situação instável na região.

A revogação da proibição do fornecimento dos complexos de mísseis russos deu-se em 13 de abril.

O premiê israelense Benjamin Netanyuahu manifestou logo depois preocupação com os fornecimentos de mísseis S-300 ao Irã. Porém, é um equipamento defensivo e por isso não ameaça Israel. Putin reiterou isso durante a sua Linha Direta.

Sanções

Quanto à “guerra das sanções”, o presidente russo acredita que a revogação das restrições econômicas impostas pelo Ocidente contra a Rússia, não é uma questão de curto prazo. As sanções ocidentais irão se arrastar, mas o setor agropecuário russo será autossuficiente”, frisou.

O presidente da Rússia sublinhou também a importância de lutar contra a importação ilegal de produtos alimentícios da União Europeia.

Além disso, Vladimir Putin salientou: “A Rússia não é o Irã. O nosso país é maior, a nossa economia é maior e mais diversificada”.

“Se mantivermos uma situação política estável, nada nos irá ameaçar”, assegurou o presidente da Rússia, expressando a esperança de que a economia russa possa se recuperar dentro de dois anos “ou mais rápido ainda”.

Não obstante a pressão externa, a Rússia registra certo crescimento econômico, disse o presidente aos jornalistas.

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