Rússia e Ocidente
Não é a Rússia quem tenta piorar as relações com o Ocidente, frisou Vladimir Putin ao iniciar a terceira hora da Linha Direta.
"Nós temos vontade de cooperar", sublinhou.
No entanto, os EUA parecem não querer parceiros, mas sim vassalos. A Rússia não se revê em um sistema de relações internacionais deste cunho.
Tocando no tema de porta-helicópteros Mistral o presidente disse que está confiante que a França vai devolver o dinheiro pelos dois navios que a Rússia ordenou mas nunca recebeu. Moscou não vai exigir o pagamento da multa, disse Putin. Segundo o presidente, a Rússia assinou o contrato com a França para apoiá-la e reduzir o volume de trabalho de estaleiro.
"Esta [a viagem a Moscou para comemorar o Dia da Vitória] é uma escolha de cada político concreto, é uma escolha do país por ele representado. Há quem não queira vir, há quem receba instruções de Washington para não vir. [Washington] proíbe, mesmo se muitos querem [vir]. Portanto, é uma escolha e nós sempre iremos respeitar esta escolha", disse Putin.
Em 9 de maio, o mundo comemora os 70 anos da Vitória na Segunda Guerra Mundial. Na praça Vermelha de Moscou haverá uma parada militar. Não obstante a data importante, os líderes de vários países que impuseram a "guerra das sanções" contra a Rússia, recusaram-se a participar da cerimônia.
O presidente russo frisou que a Rússia não tem ambições imperialistas nem inimigos no mundo.
"Não temos aquelas ambições imperialistas das quais somos frequentemente acusados. A integração euroasiática é um processo normal, corrente", frisa o presidente russo.
#Putin #DirectLine: We don't have any imperial ambitions of which we are often accused. Eurasian integration is an ordinary process.
— Yury Barmin (@yurybarmin) 16 апреля 2015
Ucrânia
"São as autoridades da Ucrânia que fazem por separar o Donbass do seu país… a Rússia nunca quis impor à Ucrânia um modo de agir", diz Putin.
“Sobre a questão da existência de nossas tropas na Ucrânia, falo direta e claramente: não há tropas russas na Ucrânia”, frisou.
Ausência das tropas russas na Ucrânia é confirmada pelo comandante do estado-maior ucraniano. #Putin #DirectLine http://t.co/okH7qT5SHX
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) 16 апреля 2015
Putin: "Eu acho que as autoridades atuais da Ucrânia estão cometendo muitos erros, que irão acarretar resultados negativos. Parece que tal é a escolha do presidente e do governo [da Ucrânia]".
O presidente russo lamentou o fato de Kiev não cumprir os Acordos de Minsk, o que resultou em vários casos repetidos de violação do cessar-fogo e violência. Houve uma chance de resolver a crise ucraniana por via política.
Além disso, Putin desmentiu a informação publicada pela revista Forbes, segundo a qual o presidente ucraniano Pyotr Poroshenko propôs-lhe ficar com Donbass.
"Poroshenko nunca me propôs ficar com Donbass", disse.
O presidente disse, entretanto, que a Rússia está interessada na recuperação da economia ucraniana porque “eles são nossos vizinhos, são parceiros, e também estamos interessamos na tranquilidade das nossas fronteiras”. Putin salientou que a Rússia não escolhe os seus parceiros internacionais e é preciso colaborar com os que tem.
Estado Islâmico
O Estado Islâmico primeiro apareceu no Iraque e depois expandiu-se. O Iraque tinha um líder não democrático, Saddam Hussein, mas não tinha terrorismo.
Retoma do fornecimento de mísseis S-300 ao Irã e reação do Israel
“Nós não somos o maior fornecedor de armas para o Oriente Médio, os Estados Unidos entregam muito mãos”, disse o presidente russo comentando a retoma do processo de fornecimento dos complexos de mísseis S-300 ao Irã.
De modo que a Rússia não viola nenhuma norma ou resolução internacional ao continuar o fornecimento, interrompido em 2010 em razão da situação instável na região.
A revogação da proibição do fornecimento dos complexos de mísseis russos deu-se em 13 de abril.
O premiê israelense Benjamin Netanyuahu manifestou logo depois preocupação com os fornecimentos de mísseis S-300 ao Irã. Porém, é um equipamento defensivo e por isso não ameaça Israel. Putin reiterou isso durante a sua Linha Direta.
Sanções
Quanto à “guerra das sanções”, o presidente russo acredita que a revogação das restrições econômicas impostas pelo Ocidente contra a Rússia, não é uma questão de curto prazo. As sanções ocidentais irão se arrastar, mas o setor agropecuário russo será autossuficiente”, frisou.
O presidente da Rússia sublinhou também a importância de lutar contra a importação ilegal de produtos alimentícios da União Europeia.
Além disso, Vladimir Putin salientou: “A Rússia não é o Irã. O nosso país é maior, a nossa economia é maior e mais diversificada”.
Putin: "Russia's not Iran. Our country is bigger, our economy is bigger and much more diversified." Wants to "take advantage" of sanctions.
— max seddon (@maxseddon) 16 апреля 2015
“Se mantivermos uma situação política estável, nada nos irá ameaçar”, assegurou o presidente da Rússia, expressando a esperança de que a economia russa possa se recuperar dentro de dois anos “ou mais rápido ainda”.
Economia russa irá se recuperar dentro de 2 anos ou mais rápido ainda — #Putin. #DirectLine. http://t.co/okH7qT5SHX https://t.co/MWH91WAtGS
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) 16 апреля 2015
Não obstante a pressão externa, a Rússia registra certo crescimento econômico, disse o presidente aos jornalistas.