De acordo com o redator-chefe do jornal Iran Press, Emad Abshenass, contatado pela Sputnik, a retomada do processo de fornecimento dos S-300 significa um aumento de contatos e mobilidade profissional entre os dois países:
"Anteriormente, no momento da assinatura daquele negócio que ficou suspendido [em 2012], a parte russa organizou cursos de formação de especialistas iranianos que deveriam operar os S-300. Eu acho que após as negociações que estão em curso agora, a Rússia irá fornecer seus especialistas para isso. É possível que o Irã envie à Rússia uma delegação de seus especialistas para se formarem".
O especialista acredita que além dos S-300, o Irã pode obter os complexos S-400:
"No momento, as partes estão discutindo a possibilidade de fechar novos acordos de fornecimento de armas russas ao Irã. Segundo eu saiba, não só trata dos complexos S-300, senão também dos sistemas de nova geração, S-400. Claro que o conteúdo das negociações não é divulgado, por razões de segurança. Vamos saber os detalhes só após a assinatura do acordo".
Abshenass nota que a produção dos complexos S-300 de configuração básica terminou há pouco, menos de três anos após a suspensão de fornecimentos ao Irã. A Rússia realizou fornecimentos à Grécia e à Argélia, os restantes S-300 permanecem em várias regiões russas.
Não obstante um eventual aumento do valor do contrato (o anterior era estimado em cerca de 800 milhões de dólares), o Irã "é interessado em aquisições de armamentos russos por preços altos", assegura Abshenass.
"Além disso, o estimado presidente Vladimir Putin disse na coletiva de imprensa [Linha Direta] ontem que agora não há nenhuma restrição ou proibição de fornecimentos de armamentos ao Irã, e a cooperação na área militar entre os dois países será ainda mais ativa. O Irã reagiu com entusiasmo às palavras do líder russo", frisou o especialista.
Durante a Linha Direta da quinta-feira, o presidente Putin ressaltou que o fornecimento dos complexos S-300 não está na lista das sanções ocidentais. Por isso a Rússia não viola nenhuma norma ou resolução internacional ao continuar o fornecimento, interrompido em 2010 em razão da situação instável na região.