"A crise ucraniana representa um fortíssimo golpe para a segurança nacional dos EUA, mais forte mesmo do que a guerra no Iraque e suas consequências duradouras. O motivo disso é simples: novamente o caminho para a segurança nacional dos EUA passa por Moscou. Não existe uma questão sequer de segurança regional ou internacional que os EUA poderiam resolver sem uma plena cooperação com qualquer líder no Kremlin – isso é um fato e não há nada mais a acrescentar nesse sentido".
A Rússia e o seu líder, Presidente Vladimir Putin, indicaram claramente seu interesse por uma parceria igualitária com os EUA ainda durante a conferência em Munique, em 2007, acredita Cohen.
"Putin diz: escutem, nós queremos ser seu parceiro; nós desejamos isso desde o momento da chegada de Gorbachev ao poder. Nós acreditamos na ideia de uma Europa unificada. Mas a cada vez que nós procuramos vocês [os EUA], ou acreditamos termos chegado a algum acordo, vocês começam a se portar com hegemonia e todos precisam fazer o que vocês falam para continuar do seu lado" — escreve o historiador norte-americano.
Stephen Cohen considera esses passos do presidente norte-americano como uma traição, e destaca que exatamente naquela época pode ter havido um ponto de virada na arquitetura das futuras relações russo-americanas.