EUA querem ter mais influência sobre a mediação do conflito na Ucrânia

© AFP 2023 / VANO SHLAMOV US Assistant Secretary of State for European and Eurasian Affairs Victoria Nuland gestures as she speaks during her press conference in Tbilisi
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A secretária de Estado adjunta dos EUA para assuntos europeus e euroasiáticos, Victoria Nuland, visitou Moscou entre 17 e 18 de maio para, sobretudo, discutir a implementação dos Acordos de Minsk com altos diplomatas russos.

“Encontramo-nos para trocar opiniões sobre os obstáculos na implementação dos Acordos de Minsk… Eu julgo que o encontro foi frutuoso, aberto e bastante direto”, manifestou o vice-ministro do Exterior russo Grigory Karasin após as negociações nesta segunda-feira (18). 

“Nós discutimos em detalhes os problemas e questões relacionadas com o trabalho do Grupo de Contato e os quatro subgrupos que foram estabelecidos para avançar em todos os aspectos da reconciliação na Ucrânia”, acrescentou. 

A própria Nuland disse que os EUA não fazem parte do processo de Minsk sobre a Ucrânia, mas irão influenciar o decurso de implementação dos acordos, revela a agência RIA Novosti. 

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É curioso sublinhar que, no dia 29 de abril, Victoria Nuland manifestou no Instituto de Paz em Washington que os EUA estão abertos à participação do processo de negociações sobre a regularização do conflito na Ucrânia e podem juntar-se ao “formato da Normandia” (“quarteto de Normandia” que inclui os líderes da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha), se os outros participantes concordarem com isso.  

“… Se os países do ‘formato da Normandia’ concordarem que nós podemos ter um certo papel durante as consultas ou na mesa de negociações, estamos abertos a isso”, frisou ela, citada pelo canal de TV 112 Ukraina. 

Lembramos que no dia 21 de abril o embaixador norte-americano na Rússia, John Tefft, disse à rádio Ekho Moskvy que Obama pode juntar-se ao quarteto de Normandia se receber o respectivo convite. Em resposta, o chanceler russo Sergei Lavrov confessou que não tem a certeza de que as negociações pudessem ser tão boas com a participação do presidente estadunidense Barack Obama no “quarteto de Normandia”. 

Há sinais de que outros participantes do grupo de Normandia também consideram a presença dos EUA indesejável. Assim, no dia 6 de Maio, o assessor da presidência russa Yury Ushakov informou que, durante as recentes consultas telefônicas, os líderes do quarteto decidiram usar este formato de maneira intensiva no futuro, mas quase não discutiram a questão da possível adesão dos Estados Unidos ao trabalho do quarteto, escreve a RIA Novosti. 

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Entretanto as autoridades da autoproclamada República Popular de Donestk (RPD) manifestaram-se contra a possível participação do presidente estadunidense Barack Obama, disse o líder da RPD Aleksandr Zakharcheno, citado pela RIA Novosti Ukraina. 

“O ‘quarteto de Normandia’ é na Europa”, sublinhou.

Kiev está realizando, desde meados de abril, uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas, chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado ocorrido em fevereiro de 2014 em Kiev. Segundo os últimos dados da ONU, mais de seis mil civis já foram vítimas deste conflito.

Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região aumentou, bem como o número de vítimas do conflito. Isto fez regressar ambas as partes às negociações. O novo acordo de paz, firmado em Minsk entre os líderes da Rússia, da Ucrânia, da França e da Alemanha inclui um cessar-fogo global no leste da Ucrânia, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave (tendo em conta as particularidades das regiões de Donetsk e Lugansk, acordadas com os representantes destas áreas), e também a aceitação de uma legislação sobre o estatuto de Donetsk e Lugansk.

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