Comércio entre Rússia e Iraque cresceu 10 vezes em dois anos, afirma Putin

"O Iraque é nosso parceiro de confiança de longa data na região. Apesar de todas as dificuldades da economia mundial e das complicações regionais, nossas relações têm se desenvolvido com bastante êxito", disse o líder russo, citado pelo site do Kremlin.

“O volume total de comércio pode não ser tão grande”, continuou o presidente, “mas nos últimos dois anos, cresceu dez vezes”.

Putin também sublinhou que a Rússia está executando grandes projetos conjuntos no país árabe e disse que a atuação de empresas russas no Iraque “envolve bilhões de dólares em investimento”. Na foto abaixo, al-Abadi se reúne com um grupo de diretores de companhias russas:

O chefe de Estado russo também observou que o desenvolvimento da cooperação bilateral se dá tanto na área civil quanto na militar. "Isso significa que temos uma ampla agenda”, disse Putin, concluindo em seguida sua saudação a al-Abadi afirmando que a Rússia “estava muito contente” de receber sua visita.

O primeiro-ministro iraquiano agradeceu o que classificou como uma “recepção calorosa”, ressaltou que seu país deseja desenvolver a cooperação com as companhias russas e reforçou o pedido de ajuda na luta contra o terrorismo, particularmente em relação à necessidade de conter o avanço do grupo Estado Islâmico (EI), que atualmente controla grandes porções do Iraque, bem como da Síria. 

Al-Abadi iniciou sua visita à Rússia nesta quinta-feira, dizendo que o fez apesar da pressão de "certas forças" contra a viagem. A visita do premiê vai durar até o sábado (23).

Recentemente, ele teve um encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama. O resultado anunciado da reunião se resumiu a 200 milhões de dólares em ajuda humanitária e nenhuma ajuda militar, algo que al-Abadi busca com urgência para lutar contra o EI. Agora, o premiê do Iraque está em Moscou, e a ajuda militar já lhe foi proposta.

Antes do início das negociações desta quinta, o chanceler russo, Sergei Lavrov, declarou que a Rússia está pronta para fornecer armamentos ao Iraque de forma "incondicional", já que o país precisa disso:

"Diferentemente de certos países prontos a fornecer armamentos ao Iraque, nós não criamos condições para isso, já que partimos da realidade: o Iraque, a Síria e o Egito estão na frente imediata de combate ao terrorismo. Por isso nós vamos satisfazer os seus pedidos o máximo possível para assegurar que tenham garantida a sua capacidade defensiva e o seu poder de afastar do seu território o EI e outros terroristas".

O Iraque vem manifestando descontentamento com a atuação dos EUA no combate ao terrorismo no Oriente Médio. A coalizão liderada por Washinton, de fato, só realiza ataques aéreos que, segundo Bagdá, podem até ajudar, mas não resolvem o problema por completo.