Opinião: Rússia não deve fazer concessões relativamente aos Mistrais

© AP Photo / Laetitia NotarianniPorta-helicópteros Vladivostok, da classe Mistral
Porta-helicópteros Vladivostok, da classe Mistral - Sputnik Brasil
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A Rússia não deve fazer concessões à França em matéria de fornecimento dos porta-helicópteros tipo Mistral, opinou o especialista militar Viktor Baranets à emissora Sputnik.

O especialista russo sublinha que Paris pretende pagar a Moscou um montante de dinheiro que é várias vezes menor do que estava previsto no contrato.

“Se a Rússia não quer fazer mais concessões ao povo irmão da Ucrânia, porque deve fazer isso à França? O sentimento de realidade começa a prevalecer sobre o da solidariedade histórica. Desde a época de Napoleão Bonaparte que a Rússia perdoa; se calhar é preciso reconsiderar a prática de favorecimento /de um país/ e aplicar a lei da vingança, que se provou muito eficaz na política, disse Baranets.

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Ele também lembrou que os representantes da Marinha russa já declararam várias vezes que os navios tipo Mistral têm pouca ou nenhuma aplicação prática na Rússia. Por isso o especialista conclui que, muito possivelmente, o contrato de fornecimento dos navios foi um gesto de boa vontade em resposta à cooperação de Sarkozy durante o conflito georgiano-osseta em 2008.
O fornecimento dos navios deveria trazer à França quase 1,25 milhões de euros e empregar vários milhares de pessoas no estaleiro de Saint-Nazaire.

“Assim, a possível rescisão do contrato será uma dupla traição: traição da confiança de outro país (lembre-se das reservas iniciais da Índia sobre a questão da compra de aeronaves Rafale, o caso ainda está longe de conclusão) e dos franceses que se dedicam à construção dos navios”, opina Baranets.

A Rússia e a França assinaram, em junho de 2011, um acordo de US$ 1,5 bilhão para a construção de dois navios tipo Mistral. A entrega da primeira embarcação estava prevista para novembro de 2014, mas nunca aconteceu. Paris adiou a entrega, alegando interferência de Moscou na crise ucraniana.

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O lado russo negou várias vezes qualquer envolvimento no conflito interno ucraniano, advertindo que a França terá de pagar uma multa em caso de não cumprimento das suas obrigações no âmbito do contrato.

No início de maio, surgiram rumores de que a França estaria tentando vender os Mistral para a China, na altura em que dois navios de guerra franceses estavam em uma visita de sete dias a Xangai. A Rússia insiste que os porta-helicópteros não podem ser negociados sem a permissão de Moscou.

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