“O vice-presidente reconheceu o enorme sacrifício e a coragem das forças iraquianas durante os últimos 18 meses em Ramadi e em outros lugares”, diz um comunicado divulgado pela Casa Branca e citado pela Reuters.
“Os Estados Unidos continuarão a apoiar tais esforços [do exército iraquiano na luta contra o EI] e a fazer todo o possível para ajudar as corajosas forças iraquianas, inclusive as tribos de Anbar, a proteger a província dos terroristas do EI”, frisa o comunicado.
Entretanto, a maneira dos americanos de treinar as forças iraquianas já foi alvo de crítica no próprio Iraque. O vice-primeiro-ministro do país, Saleh al-Mutlaq, por exemplo, afirmou em entrevista à CNN:
“Não sabemos o porquê de as tropas, que foram treinadas durante anos pelos americanos e que deveriam ser a melhor divisão do exército, terem entregado Ramadi dessa forma”.
Tudo indica que a luta contra o EI chegou a um impasse. A própria administração do presidente dos EUA Barack Obama reconheceu que a operação de eliminação do EI no Iraque e na Síria pode durar mais que os três anos inicialmente previstos, o que consequentemente significa que o problema passará aos ombros do sucessor de Obama.
“Dois anos depois, a situação no terreno podia ter mudado e podia exigir uma mudança na maneira como é realizada a estratégia. Mas isso é algo que deixaremos ao próximo presidente”, disse o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest, mostrando que a administração Obama não deseja tomar decisões decisivas na luta contra o EI.
Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em seu site oficial, afirma que a coalizão liderada pelos EUA cede ao EI nos termos de ações organizadas.
"Assim devemos constatar que, apesar dos esforços feitos pela assim chamada coalizão antiterrorista liderada pelos EUA, o EI age de maneira mais organizada e não hesita em perpetrar os crimes mais hediondos na realização do seu objetivo – a criação de um califado transfronteiriço em um vasto território de Damasco a Bagdá", segundo se anuncia no comunicado oficial.
Porém, nestas condições é difícil imaginar uma unanimidade de todos os países na solução do problema do EI, opina o analista político Ali Hajizade:
“É preciso pensar aqui de que países se trata. O EI não apareceu por razão nenhuma. Se tal estrutura aparece no nosso mundo moderno… Isto significa que alguns países precisavam disso. Por isso, penso que os países não irão se unir. Cada país tem seus próprios interesses e cada país irá agir com base nestes interesses”, comentou.