A União Europeia anunciou em maio a realização de uma missão militar naval e aérea que tem o objetivo de destruir barcos e prender traficantes de pessoas que atuam no Mar Mediterrâneo, principalmente na região do espaço aéreo e marítimo da Líbia. O país é a principal porta de saída de migrantes ilegais rumo à Europa. No entanto, para poder agir em território líbio, a União Europeia (UE) necessita da autorização do Conselho de Segurança da ONU.
Desde que a OTAN interviu na Líbia em 2011, em missão liderada pela UE para remover Muammar Khaddafi do poder, o número de refugiados que buscam a Europa saindo do país africano aumentou significativamente. A situação tem gerado uma grave crise humanitária, social e política no Velho Continente. Em 2014, mais de 170 mil pessoas tentaram atravessar o Mediterrâneo a partir da Líbia. Cerca de 20 mil morreram afogadas na última década.
Só este ano, 51 mil migrantes chegaram à Europa por várias rotas. Cerca de 1,8 mil morreram antes de completar a travessia do Mediterrâneo. Os migrantes são, a maioria, da Líbia, Síria, do Paquistão e de várias partes da África Subsaariana, que fogem da guerra, da miséria e da perseguição religiosa.
A União Europeia declarou que a operação no mar Mediterrâneo será realizada juntamente com as autoridades da Líbia, e no âmbito da lei internacional. Mas vários especialistas já declararam que não existe base legislativa para operações deste tipo, de fato a tentativa de interceptar barcos em águas internacionais com refugiados não tem fundamentos jurídicos e pode ser caracterizada como pirataria.