De acordo com o relatório da agência, a dívida do país está maior que a de outras nações que detêm a nota "Baa" e espera-se que os indicadores gerais da dívida nacional venham a tornar-se mais discrepantes ainda em relação a outros que estão no mesmo grupo. No entanto, o relatório aponta que a dívida é apenas um dos pontos nos quais a nota do país se baseia. Esta situação, aponta, deve enfraquecer o perfil de crédito soberano do Brasil.
"A administração de Dilma Rousseff fixou as metas de superávit primário em 1,2% do PIB [Produto Interno Bruto] em 2016 como forma de recuperar credibilidade política, mas é improvável que alcance essas metas", disse o presidente da agência, Mauros Leos.
A agência indica, segundo seu presidente, que a dívida do Brasil deve continuar em 66% do Produto Interno Bruto em 2016 e acima dos 60% durante todo o governo Dilma, tempo no qual não vê possibilidade de que o superávit primário ultrapasse os 2% do PIB.
Esta notícia vem de encontro ao relatório divulgado também nesta quarta-feira (3) pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). De acordo com a organização internacional, o BRICS, grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, crescerá 3,6% em 2015.
Esta discrepância entre relatórios não é algo novo. Em fevereiro deste ano, a Moody's havia baixado o rating soberano da Rússia de "Baa3" para "Ba1", com perspectiva negativa. "A crise na Ucrânia, bem como os recentes choques associados ao preço do petróleo e da taxa de câmbio do rublo, minam as perspectivas da economia e do crescimento da Rússia a médio prazo, apesar da reação no âmbito da política monetária e fiscal", disse a agência na ocasião.
O ministério das finanças russo, por sua vez, acusou a agência de ser motivada politicamente. Segundo o ministro das finanças do país, Anton Siluanov, a decisão da Moody's foi "exageradamente negativa e politicamente motivada". Ele afirmou que a agência de avaliação "se baseia em uma perspectiva muito pessimista, que não corresponde com a realidade de hoje."
Posteriormente, no final de maio, a agência Moody's reavaliou a perspectiva de crescimento da Rússia para os anos 2015-2016. 'Apesar da recessão econômica da Rússia, é provável que seja menos grave do que imaginávamos anteriormente', afirmou a agência.