Em relação com a visita de Abe, o Partido Democrático, de oposição no Japão, enviou para o Conselho de ministros um inquérito sobre o levantamento das sanções contra a Rússia. A retirada das sanções “é prematura, porque os acordos de paz não são totalmente implementados”, informa a agência Kyodo, citando a resposta do Gabinete.
Ao mesmo tempo, o governo do Japão acredita que "a visita [à Ucrânia] não deve ter um impacto sobre as relações com a Rússia".
As opiniões dos especialistas japoneses sobre este assunto discreparam. As relações russo-nipônicas mais de um ano estão em estado de incerteza: o Japão cancelou a visita do ministro das Relações Exteriores, Fumio Kishida, e Rússia – uma nova rodada de negociações sobre um tratado de paz e a visita do presidente russo foi adiada por tempo indeterminado. Entretanto, as relações económicas entre os dois países estão se movendo sem maiores danos. Além disso, o volume de negócios do último ano manteve-se no nível recorde de 2013 – mais de 34 bilhões de dólares.
Na opinião do cientista político, autor de vários livros sobre Rússia, Itsuro Nakamura, a incerteza prolongada nas relações do Japão e a Rússia pode acabar com criação de dois polos “EUA-Japão-Ucrânia” e “Rússia-China”.
“Depois da visita aos Estados Unidos e encontro com Obama, Abe abruptamente mudou seu curso de conduta. Tenho medo de que a visita à Ucrânia possa estragar as relações com a Rússia”, disse o especialista à agência RIA Novosti.
Também há a opinião de que o objetivo da visita de Abe possa ser uma tentativa de diminuir a ameaça da China.
No entanto, conforme relatados da mídia local, durante sua visita o primeiro-ministro japonês vai tentar persuadir o presidente Poroshenko para o diálogo com a Rússia.
“O Japão aprecia as relações com a Rússia e com a Ucrânia igualmente, e por isso ele tenciona reforçar o apoio para a realização do verdadeiro acordo sobre a Ucrânia. Para alcançar o progresso na questão da autonomia, o Japão pretende fortalecer a prestação de assistência econômica e tecnológica à Ucrânia. Falando sobre as negociações de Kiev com Donetsk e Lugansk, acho que será impossível chegar a um acordo sem a participação da Rússia neste processo. Portanto, o Japão considera consultas com a Rússia importantes. E ele planeja discutir esse assunto na cúpula de G7, em que a Rússia não vai participar”, disse à Sputnik o membro da Câmara Alta do Parlamento japonês, Kazuyuki Hamada.