Historiador: Ocidente deve começar diálogo com Rússia, não há outra alternativa

© AP Photo / Luca BrunoMenina brinca com uma fitinha pintada nas cores da bandeira da Rússia durante a EXPO 2015, em Milão
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O especialista em história russa, autor de diversos livros sobre a Rússia e a União Soviética, o professor britânico Orlando Figes criticou, em entrevista ao jornal alemão Tageszeitung, a atual russofobia.

Segundo ele, as relações entre a Rússia e o Ocidente só têm um caminho e esse caminho é o das negociações e do diálogo; quaisquer ameaças só levarão ao agravamento da situação.

Na entrevista o historiador britânico divulgou a sua opinião sobre a história moderna da Rússia e sobre os processos que acontecem no país, bem como sobre o fato de que a Rússia se virou para o Oriente, e não para o Ocidente.

Moscou. - Sputnik Brasil
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Segundo Figes, na Europa muitos gostariam ver a Rússia como a parte da sociedade ocidental. No entanto, afirma o historiador, o potencial dos russos pró-ocidentais é sobrestimado. A camada da população russa que vê o seu país como parte do mundo ocidental se considera influente e é de opinião que representa uma parte significativa da sociedade. Mas, na realidade, segundo o especialista, eles só se representam si mesmos.

O professor expressou a opinião de que o Ocidente só tem uma alternativa e esta é o diálogo com a Rússia.

A ideia no Ocidente de que a Rússia só reagirá a uma manifestação de força levará a uma escalada do conflito. As ameaças ocidentais sobre o possível uso da força poderão conduzir a uma catástrofe política e social, explica Figes:

“O Ocidente não faz bem quando permite que a russofobia influa em nossa opinião sobre a Rússia e em nossas esperanças.”

O historiador lembrou que a russofobia apareceu antes da Guerra Fria e se tornou parte da visão da Europa sobre si mesma e sobre o seu lugar no mundo. Os europeus diferem dos russos em muito, mas tal posição não levará a nada de bom, diz o especialista:

“Agora os ucranianos são os bons e os russos são os maus. No século XIX os polacos eram bons e os russos – maus. Esta posição é muito simplista, não levará a nada de bom e ninguém irá beneficiar com ela.”

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