A Rússia aumentou o período da vigência das novas sanções impostas aos produtores europeus em resposta às sanções estabelecidas pelas autoridades da União Europeia e EUA contra a Rússia.
A parte europeia anunciou recentemente o prolongamento por mais meio ano das sanções econômicas antirrussas, alegando como motivo a suposta participação da Rússia no conflito ucraniano.
O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, encarregou ontem o seu vice, Sergei Prikhodko, de apresentar ao presidente Vladimir Putin um projeto de resposta simétrica, prolongando as contrassanções por mais seis meses.
“Tendo em conta o prolongamento das sanções contra a Federação da Rússia por mais meio ano, eu lhe peço para preparar minha nota ao presidente com a proposta de prolongar a vigência do decreto presidencial sobre a implementação de medidas restritivas por parte da Federação da Rússia para este período. E também o decreto respectivo do governo, que estabelece as categorias de produtos e itens do comércio exterior sujeitos às medidas restritivas da Rússia”, disse Medvedev.
A tarefa foi cumprida no mesmo dia. A Rússia aproveita a postura das autoridades europeias para fomentar a produção nacional. Sendo simétrica em termos de período temporário, a resposta russa amplia a lista de produtos não autorizados.
Até meados de dezembro pelo menos, as flores e o chocolate europeu irão parar na fronteira da Rússia. Em vez disso, o assessor do chefe do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), Aleksei Alekseenko, sugeriu importar flores da América Latina:
“Há muito que se ouvem apelos a que produtos de floricultura da América Latina cheguem aqui direto, sem passar pela Holanda”.
Para a Europa, a proibição de exportação de flores para a Rússia pode ser um golpe bastante duro. A própria Holanda, que é, ela mesma, uma produtora importante de produtos de floricultura, tem também uma posição geográfica favorável do ponto de vista da logística. Por isso esse país é usado como um ponto de trânsito internacional de mercadorias.
Segundo várias estimativas, a União Europeia pode perder cerca de 150 milhões de dólares sem o mercado russo de floricultura.
Outro item que não constava na lista das sanções anterior é o chocolate. Em 2014, a Rússia importou cerca de 5,6 mil toneladas de “chocolate e outros produtos alimentícios com teor de cacau” – sejam bombons, doces etc. – o que equivale a cerca de 37,5 milhões de dólares.
No entanto, as autoridades da Rússia afirmam que os consumidores nacionais não irão ficar prejudicados. Pelo contrário, a pausa temporária na importação de certas mercadorias, segundo eles, irá ajudar a fomentar a produção russa de itens análogos.
Para Alekseenko, por exemplo, os fabricantes russos têm a capacidade de produzir chocolate bom de alta qualidade, um lugar atualmente ocupado por marcas europeias.
Anteriormente, produtores europeus e norte-americanos tinham afirmado que as sanções antirrussas provocam sérios danos à economia europeia. Mas as autoridades da UE continuam a “guerra das sanções”.