Putin: Rússia está muito preocupada com a situação no Afeganistão

© Sputnik / MICHAEL KLIMENTYEVO presidente russo, Vladimir Putin, durante encontro com o ex-presidente afegão Hamid Karzai em Moscou
O presidente russo, Vladimir Putin, durante encontro com o ex-presidente afegão Hamid Karzai em Moscou - Sputnik Brasil
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O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira em encontro com o ex-presidente afegão Hamid Karzai, em Moscou, que a Rússia está extremamente preocupada com a crescente influência do Estado Islâmico e do Talibã no Afeganistão.

Uma forte explosão atinge o bairro diplomático de Cabul . Foto de arquivo - Sputnik Brasil
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"Nós estamos testemunhando um processo que causa séria preocupação. O Talibã está disseminando a sua influência, controlando grande parte do território afegão, incluindo diversos postos de fronteira", declarou Putin. "O que é mais preocupante, no entanto, é o fato de que a chamada organização do Estado Islâmico está trabalhando cada vez mais ativamente no Afeganistão, se sentindo mais confortável lá", acrescentou o chefe de Estado russo, lembrando que o EI já está presente em 25 das 34 províncias afegãs. 

Lembramos que a conversa entre Putin e Karzai aconteceu alguns dias após ataque talibã contra o parlamento afegão na capital, Cabul. O ataque foi efetuado por seis terroristas no dia 22 de junho. 

Enquanto a situação com segurança deteriora-se no Afeganistão os EUA irão tomar a decisão sobre os prazos de retirada das suas tropas do Afeganistão após esta temporada de luta, disse o representante permanente dos EUA na OTAN Douglas Lute citado pela edição afegã Khamaa Press respondendo à pergunta sobre o do nível de segurança e a anuncia da retirada de tropas em 2016. 

“A decisão se os EUA irão ou não alterar os prazos será tomada por Washington após esta temporada de luta. Os presidentes Obama e Ghani acertaram que <…> isto obviamente será a temporada de luta durante a qual as forças afegãs serão testadas”, disse. 

Exército afegão patrulha Cabul, foto de arquivo - Sputnik Brasil
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Porém, o ex-presidente afegão Hamid Karzai numa entrevista à Ria Novosti e Sputnik disse que não acha que os EUA irão sair do Afeganistão. Porém, ele acrescentou que “se isto acontecer um dia e eles resolvem abandonar Afeganistão, será importante que a Rússia, China e Índia tenham um papel construtivo no Afeganistão. Mesmo agora quando os EUA estão presentes no Afeganistão, devem buscar oportunidades de cooperação coma Rússia e China”. 

Na sua entrevista ele também destacou as condições nas quais, segundo ele, os EUA podem permanecer no Afeganistão:

“Agora, se os EUA querem permanecer após 2016 ou até 2017, devem persuadir-nos que foram cumpridas duas condições: primeiro, eles contribuirão para a garantia de unidade do povo afegão, e em segundo lugar, eles não irão de qualquer maneira destruir a nossa soberania em prol do Paquistão… Neste momento estas condições não são cumpridas. Mas eles devem cumpri-los”.

Ele também disse que o Estado islâmico não tem fontes no Afeganistão, ao contrário do Talibã:

“O EI não é uma ideia afegã. É uma consequência de desenvolvimento da situação no Iraque e na Síria. Assim, se eles consolidarem-se e aumentem a sua influência no Afeganistão, isto significa que atrás deles, atrás disso, tem alguém, uma mão estrangeira de alguém. E ele planeja apoiar o EI”.

Ao mesmo tempo, ele opina que o governo afegão deve na mesma negociar com o Talibã, apesar do recente ataque contra o parlamento:

“São afegãos, e não tem alternativa para alcançar paz com eles”.

Embora tenha se originado na Síria e no Iraque, o Estado Islâmico tem feito constantes incursões em território afegão, o que tem provocado choques com o Talibã. Em carta publicada na última semana, o grupo extremista afegão alertou o EI para o perigo de continuar tentando recrutar combatentes no Afeganistão.
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