Professor de Relações Internacionais da Fundação Armando Álvares Penteado, de São Paulo, Marcus Vinícius Freitas destaca que o Brasil ainda precisa adotar alguns cuidados para se afirmar de vez como liderança, diante da comunidade internacional. É o que o professor declarou em entrevista exclusiva à Rádio Sputnik Brasil:
“Para exercer esta liderança, o Brasil precisa encontrar os eixos e as pautas para definir as linhas em que poderá desempenhar este papel. Infelizmente, temos observado há algum tempo que têm faltado ao Brasil as condições para que ele possa exercer esta liderança. Uma destas pautas é formada justamente pela Rio+20 e a própria Rio 92, que credenciaram o Brasil a exercer esta liderança. Além disso, o Brasil possui a maior reserva florestal do mundo, a Amazônia. Tudo isto credencia o país para desempenhar este protagonismo. Então, o que o Governo norte-americano está propondo é que o Brasil assuma de vez esta sua capacidade de liderar iniciativas na esfera ambiental.”
Segundo Ben Rhodes, os Estados Unidos tentarão obter do Brasil compromissos mais concretos na redução de gases do efeito estufa, para serem apresentados na próxima COP 21, a Conferência Sobre Clima que será realizada no período de 20 de novembro a 11 de dezembro deste ano em Paris.
Sobre esta recomendação, o Professor Marcus Vinícius Freitas lembra que há muitas questões com as quais o Brasil deve se preocupar no âmbito interno:
“Antes, falava-se muito em desmatamento como o grande problema (ou um dos grandes problemas ambientais) do Brasil. Hoje, temos de nos preocupar também com as carências das usinas de energia hidrelétrica, a sua substituição pelas termelétricas e o consequente aumento da poluição com o uso do carvão, e definir se também vamos usar a energia nuclear. Depois de resolvermos estes problemas, aí sim estaremos em condições de exercer esta tão recomendada liderança global em mudanças climáticas e preservação ambiental.”