Segundo testemunhas, centenas de militantes do EI chegaram à região incendiando campos de papoula do Talibã e expulsando seus seguidores para outras áreas. Os jihadistas distribuíram panfletos com supostas ordens do autodeclarado califa Abu Bakr al-Baghdadi e explicaram as novas regras do local.
"Eles vieram em várias pickups brancas e armados com metralhadoras e expulsaram o Talibã", disse Haji Abdul Jan, líder tribal do distrito de Achin. "O Talibã não pôde resistir e fugiu", acrescentou o morador, enquanto outras fontes afirmaram ter visto os comandantes do Talibã na região serem decapitados.
"Ao contrário do Talibã, eles (combatentes do EI) não forçam os moradores a alimentá-los e abrigá-los. Ao contrário, eles trazem muito dinheiro nos bolsos e gastam com comida e seduzindo os jovens para se juntar a eles", conclui Jan.
Na última semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, já havia expressado grande preocupação com o fortalecimento dessas duas organizações terroristas no Afeganistão. Em encontro com o ex-presidente afegão Hamid Karzai, em Moscou, Putin chamou a atenção para o fato de que, além de o Talibã estar se fortalecendo, o Estado Islâmico estava trabalhando cada vez mais ativamente no Afeganistão, se sentindo mais confortável nas 25 províncias afegãs em que já está presente.
Embora tenha se originado na Síria e no Iraque, o Estado Islâmico tem feito constantes incursões em território afegão, o que tem provocado vários choques com o Talibã. Mas, até agora, o grupo não havia conseguido uma vitória tão expressiva assim no país, como essa, em Nangarhar.