EUA olham para a Rússia como na Guerra Fria, dizem analistas

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Analistas da Stratfor admitem que o retrato de agressor pintado pela imprensa sobre a Rússia é enganador e baseado na narrativa ocidental da Guerra Fria, e afirmam que Moscou apenas reage às provocações de Washington.

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De acordo com o analista, autor e integrante da diretoria da agência de inteligência global Stratfor Jay Ogilvy, o Ocidente ainda vê a Rússia como na narrativa da Guerra Fria. Para ele, a posição é deplorável, já que tanto a Rússia quanto os Estados Unidos são duas das superpotências mundiais.

 As últimas pesquisas indicam que pela primeira vez em vinte anos, o povo americano está inclinado a considerar a Rússia como inimigo número 1 dos Estados Unidos, substituindo adversários estereotipados como o Irã e a Coreia do Norte.

"Ainda falamos da Rússia como na Guerra Fria. E isso é triste porque como De Tocqueville apontou há muito tempo, olhando para o futuro, os EUA e a Rússia são duas superpotências. Se não nos damos bem, não nos entendemos, é ruim para todos nós", enfatizou Ogilvy.

Analista sênior da Stratfor para a Eurásia, Lauren Goodrich ressaltou que os EUA "simplesmente não entendem a Rússia" e estão coçando a cabeça para descobrir por que o Presidente Vladimir Putin tem tanto apoio popular.

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"Eles pensam que Putin é um ditador e não tem apoio popular, e o que vimos no último ano é que a popularidade de Putin apenas cresceu. Até mesmo depois das dificuldades da Rússia economicamente, financeiramente e com o crescimento de uma 'nova Guerra Fria' com o Ocidente, Putin é mais popular do que nunca. Sua popularidade subiu de 85 para 89%, o que é espantoso para qualquer líder de qualquer país", frisou Goodrich.

A analista declarou ainda que a economia da Rússia de Vladimir Putin tem se mantido relativamente estável, e o povo russo tomou as rédeas da economia de seu país em vez de estrangeiros e oligarcas.

Ao mesmo tempo, as sanções impostas pelo Ocidente não atingiram seu objetivo de abalar as estruturas do Kremlin. Os russos "meio que abraçaram as sanções", demonstrando sua solidariedade com a liderança, afirmou Lauren Goodrich, fazendo referência a um caso em São Petersburgo, onde pessoas compraram queijo importado e atiraram no mar em apoio à proibição de Putin de importar comida europeia.

Os analistas ressaltaram também que os fatos indicam claramente que foi Washington que atirou a primeira pedra.

"A maneira com que a imprensa americana coloca diz que a Rússia é a agressora, mas em vez disso estamos vendo a Rússia apenas reagir. A OTAN começa a escalar as tensões, então a Rússia também escala. Os EUA ajudam a apoiar a revolução que ocorreu no ano passado na Ucrânia, então a Rússia toma a Crimeia e entra no Leste da Ucrânia. Então tudo é uma reação ao que acontece vindo dos Estados Unidos e da OTAN", completou Goodrich.

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