Nas suas palavras, "a realização do referendo na Grécia é a única decisão correta frente a uma posição dos credores claramente distante da vontade de compromisso".
"A recusa dos credores em aceitar a proposta da Grécia demonstra o fato de o problema não ser apenas o dinheiro. Com toda essa pressão a UE quer colocar a Grécia de joelhos, quer impor um pacote inaceitável de reformas austeras. Nos esperamos que o povo responda "não" à pergunta: "Deveria a Grécia aceitar o projeto de acordo proposto pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo FMI em 25 de junho de 2015?". No entanto, em caso de uma resposta positiva, o governo grego e o Syriza tomarão esta decisão, demonstrando respeito à vontade do povo grego. Quero lembrar que, caso o humilhante projeto de acordo seja aprovado, o Primeiro-Ministro Alexis Tsipras renunciará ao cargo" – disse Anagnostopoulou.
Falando na questão da possível saída da Grécia da zona do euro, o deputado destacou que este nunca foi um objetivo do Syriza.
"Nos sempre acreditamos e seguimos acreditando que a zona do euro pode se tornar um sistema mais democrático. Nós não lutamos para sair da zona do euro, mas para torná-la democrática. No entanto, caso o cenário da saída da Grécia se torne real, as consequências desse passo irão repercutir não apenas sobre a Grécia, mas o efeito dominó também chegará a outros países da UE. Atualmente, em Atenas e em um série de cidade no sul do país estão acontecendo protestos contra a política de austeridade, na qual a UE insiste. A população da Grécia está tomada pela esperança de uma mudança para o melhor. A decisão de promover o referendo foi recebida com aprovação pela maioria da população do país. Sim, todos os bancos estão fechados e isso gera certa pressão psicológica sobre as pessoas. Mas, por outro lado, as camadas pobres da população já não tinham dinheiro em banco, e nem tampouco em espécie. Portanto, o fechamento dos bancos não nos assusta".