"Grupos de simpatizantes da Al-Qaeda (…) atacaram a prisão central na cidade de Taiz e mais de 1.200 dos prisioneiros perigosos escaparam", disse um oficial de segurança citado pela agência de notícias estatal Saba.
O incidente sinaliza a profunda erosão do Estado iemenita em meio à feroz guerra civil entre o governo no exílio e os rebeldes xiitas houthis, que tomaram o controle sobre grande parte da nação nos últimos meses, e que têm sido alvo de bombardeios aéreos liderados pela Arábia Saudita desde março deste ano. Segundo a ONU, o conflito já matou mais de 2.600 pessoas.
"Intensos combates ocorreram perto da prisão central e os comitês populares se aproximaram e tomaram o controle da área, mas as forças de Saleh abriram as portas da prisão", disse o oficial.
Em abril, outro grupo de militantes da Al-Qaeda escapou de uma prisão em Mukalla, no leste do país, depois que as forças do exército abandonaram a cidade subitamente.
Apoiada pelos EUA, a operação militar liderada pela Arábia Saudita para supostamente restituir o poder legítimo no Iêmen é criticada por diversos analistas e organizações de direitos humanos. Um relatório recente da Human Rights Watch, por exemplo, afirma que os bombardeios aéreos no país não condizem com o direito internacional e produzem incontáveis vítimas entre a população civil.
Em entrevista à Sputnik Arábia, o chefe da Organização Iraniana de Defesa Civil, general Gholam Reza Jalali, chamou a atenção para o fato de, nos últimos anos, Riad ter comprado aproximadamente “a mesma quantidade de armamentos que a China inteira”.
Segundo o oficial iraniano, isso faz a Arábia Saudita, grande aliada dos EUA no Oriente Médio, passar do status de “concorrente regional” para o de “inimigo real”.
Para Jalali, a compra maciça de armas e equipamentos militares por parte do reino saudita representa mais uma ameaça potencial para a região, a ser combatida com o desenvolvimento de novos modelos de contra-ação.