Na segunda e na terça-feira, 29 e 30, ela manteve reuniões com o Presidente Barack Obama, e os dois líderes anunciaram medidas de colaboração, entre elas o fortalecimento das relações comerciais, a cooperação em programas de preservação ambiental e a liberação da exigência de vistos para as pessoas que viajam frequentemente entre o Brasil e os Estados Unidos não como turistas.
O professor de Relações Internacionais Nildo Ouriques, diretor-presidente do IELA (Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Federal de Santa Catarina), avalia a importância do evento internacional e conclui que a questão mais importante é saber o que o Brasil deveria ter feito, nesta e em outras oportunidades, para afirmar a sua soberania, “não apenas diante dos Estados Unidos, mas do mundo”.
O Professor Nildo Ouriques comenta: “Sempre que se realizam essas visitas de Estado, sobretudo de um presidente brasileiro, aos Estados Unidos, o que se pode observar é aquela tradicional ‘servidão voluntária’ dos nossos governos em relação aos EUA.”
“Destituído dessa densidade histórica”, argumenta o presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Federal de Santa Catarina, “esse tratamento faz com que a visita presidencial se transforme quase que exclusivamente numa oportunidade de negócios para a classe empresarial brasileira. O que equivale a dizer, efetivamente, que se compromete o futuro da nação e a possibilidade de o Brasil ser um país independente.”
“A própria Presidenta Dilma”, continua Nildo Ouriques, “na reunião com o Presidente Obama, caracterizou o que chama de ‘relação muito importante’ para o Brasil no terreno bilateral e multilateral, centrando no comércio, em serviços e equipamentos na área de petróleo e gás, na área de biocombustíveis, no que chamou de eficiência energética e energia renovável, e na atividade naval, e fez uma breve incursão no que chamou de ciência e tecnologia e inovação.”
A análise feita pelo Professor Ouriques continua: “Isso que a Presidenta Dilma, na reunião com Obama, chamou de ‘áreas estratégicas’ são áreas que definitivamente caracterizam a nossa posição adversa de mero exportador de matérias-primas e produtos agrícolas, colocando todo o esforço econômico a fomentar uma infraestrutura capaz de atrair investimentos, o que é muito ruim para o Brasil neste momento.