A cápsula, já apelidada de Landysh (Lírio), permite estudar o trato gastrointestinal e deverá começar a ser produzida no fim deste ano pela usina militar de Lesnoy, na região de Sverdlovsk. O novo produto de alta tecnologia deverá cobrir as necessidades dos serviços médicos nacionais na área da endoscopia, informa o semanário Poisk, da Academia Russa de Ciências.
A cápsula Landysh foi desenvolvida por especialistas da Universidade russa de Investigação Nuclear, adstrita ao Instituto MePHI.
“Pretendemos organizar uma instalação fabril multifuncional em Lesnoy até ao fim do ano”, disse Constantin Mezhankov, vice-diretor do Centro de Engenharia do MePHI, em entrevista ao semanário Poisk.
Segundo Mezhankov, a instalação está sendo construída com financiamento da Rosatom, que está interessada na criação de novos empregos nas suas cidades "fechadas" graças às novas indústrias baseadas no conhecimento.
"Assim que os ensaios clínicos do dispositivo forem concluídos, em Lesnoy começarão a ser produzidas até 300.000 cápsulas anualmente. De acordo com nossos cálculos, isso irá satisfazer as necessidades do país", disse Mezhankov.
Ele observou que as modificações seguintes da cápsula permitirão expandir as suas funcionalidades e melhorar a qualidade do exame do doente.
"Por exemplo, um médico não pode ficar sentado durante todo o dia a ver vídeos de cada paciente Nós desenvolvemos um software que detecta automaticamente danos no trato gastrointestinal e envia imediatamente um sinal ao médico, para que este observe mais atentamente a área problemática", disse Mezhankov.
"Em comparação com análogos japoneses e israelenses, o nosso software pode ser instalado em qualquer computador. Nos outros países, a utilização da cápsula exige a compra de um computador especial, o que torna todo o sistema muito caro”, acrescenta o vice-diretor do Centro de Engenharia do MePHI.
“Nós, como centro de engenharia, funcionamos para a Rosatom como um integrador de ideias de inovação que permitirão manter nas zonas do interior os jovens qualificados das nossas universidades. Garanto-vos que há um grande número de inovações no nosso país com bom potencial e que não possuem análogos no mundo”, disse Mezhankov em conclusão.